Com manifestações em algumas agências no Centro da capital, os bancários de Curitiba e Região Metropolitana entraram ontem, oficialmente, em campanha salarial.

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As reivindicações, que serão negociadas em uma série de reuniões que devem acontecer nas próximas semanas com os bancos, envolvem, entre outros pedidos, aumento de 10% no salário e garantia de empregos.

No ano passado, as negociações, que aconteceram em meio às primeiras notícias da crise econômica mundial, demoraram a prosperar e resultaram em uma greve de 15 dias.

Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Otávio Dias, a expectativa é de que as conversas avancem para um acordo. O aumento salarial reivindicado envolve reposição da inflação mais 5% de ganho real.

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“A maioria das categorias tem fechado acordos com aumento real, este ano”, aponta. Já a garantia de manutenção dos empregos, segundo ele, tem como principal foco aliviar impactos de fusões e aquisições no mercado.

Os trabalhadores também exigem Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de R$ 3.850, mais o equivalente a três salários. A reivindicação tem, para Dias, um motivo: “Estamos no segmento que mais lucra no País. A crise existe, mas não no sistema financeiro brasileiro. Apesar do aumento da inadimplência, os resultados dos bancos no primeiro semestre foram astronômicos”, alega.

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Outros pontos que estarão na mesa de negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) serão os Planos de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), segurança nas agências, assédio moral e a Previdência Complementar, que os bancários exigem que seja feita em todos os bancos.

Vales refeição de R$ 19,25 ao dia, cesta-alimentação de R$ 465 ao mês e valorização dos pisos salariais também estão entre os pedidos, assim como o fim da imposição de metas que os trabalhadores consideram abusivas. A pauta de reivindicações é igual em todo o País, e foi definida após encontros regionais e uma conferência nacional.

A primeira reunião entre patrões e empregados foi na última terça-feira (18) e definiu apenas um calendário para as negociações. Questões de emprego serão discutidas na próxima quinta-feira (27), assuntos econômicos ficaram para 2 de setembro e o debate sobre saúde, condições de trabalho e cláusulas sociais será em 9 de setembro. Atos semelhantes aos de ontem devem acontecer, durante as negociações, em agências nos bairros e Região Metropolitana de Curitiba.