Bancários cruzam os braços a partir de hoje

Bancários de Curitiba e Região Metropolitana irão cruzar os braços a partir de hoje, por tempo indeterminado. A decisão foi tomada ontem à noite, durante assembléia no salão da Sociedade Thalia, centro de Curitiba. Dos 1.218 participantes, 558 se manifestaram favoráveis à paralisação e 526 contrários. Houve 7 votos brancos e nulos e 127 abstenções. ?A categoria ficou dividida porque o Banco do Brasil fez uma proposta de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) significativa. Isso contaminou a votação?, comentou o presidente da Federação dos Bancários no Estado do Paraná, Adilson Stuzata.

Segundo ele, a estratégia não será fechar todas as agências hoje, para não prejudicar o atendimento aos aposentados, que recebem os benefícios neste período. Na sexta-feira, haverá nova assembléia para definir os rumos do movimento. Em Londrina e Apucarana, também haverá greve.

Em São Paulo, os bancários também decidiram pela paralisação. O indicativo de greve nacional já havia sido aprovado no último sábado. Ontem, foi votada apenas a deflagração da greve. Os bancários pedem reajuste de 11,77%, participação nos lucros maior (um salário mais valor fixo de R$ 788 acrescidos de 5% do lucro líquido distribuídos de forma linear entre os funcionários), garantia de emprego e 14.º salário, entre outras coisas. Já os bancos oferecem 4% de reajuste, abono de R$ 1.000 e participação nos lucros de 80% do salário mais R$ 733 fixos. A data-base da categoria é 1.º de setembro.

Ao contrário do ano passado, quando os caixas eletrônicos funcionaram normalmente durante a greve dos bancários, dessa vez o acesso ao auto-atendimento poderá ser proibido. O objetivo, com isso, é aumentar a pressão para que os banqueiros se apressem em melhorar a proposta salarial. ?É uma forma de criar transtorno à população e pressionar o governo para uma melhoria na proposta?, apontou o diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana, Antônio Luiz Fermino.

Conforme o sindicato dos bancários, com exceção da Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, os demais bancos conseguiram na Justiça do Paraná interditos proibitórios, impedindo que os sindicalistas façam movimentos em frente às agências e impeçam a entrada dos bancários.

Advertência

No último dia 28, a categoria fez uma paralisação de advertência. Em Curitiba, 67 agências bancárias, principalmente da área central, e sete prédios administrativos não abriram as portas. O Unibanco foi o único que utilizou o interdito proibitório, e seus funcionários trabalharam normalmente. Em todo o País, a paralisação de advertência atingiu 19 estados e no Distrito Federal, segundo a Confederação Nacional dos Bancários (CNB), ligada à CUT.

Nas últimas semanas, a Fenaban tem informado que não aceita a proposta inicial apresentada pelos trabalhadores e que espera uma nova oferta para voltar a negociar. No ano passado, quando os bancários fizeram uma greve de 30 dias, a mais longa da história, a categoria recebeu reajuste salarial que variou entre 8,5% e 12,77%, contra uma inflação de 6,4%. No Brasil há cerca de 400 mil bancários.

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