Bancários atrasam abertura de agências em Curitiba

Seis agências bancárias localizadas no centro de Curitiba, entre as ruas XV de Novembro e Monsenhor Celso, iniciaram o atendimento ontem ao público apenas a partir do meio-dia. A mobilização, que envolveu cerca de 150 pessoas, segundo o Sindicato dos Bancários da Grande Curitiba, faz parte da estratégia de campanha salarial. A categoria reivindica reposição de inflação no período, aumento real de 7,05%, melhoria da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), além de outros itens, como a contratação de mais funcionários. Os bancários não descartam a possibilidade de greve.

?Pode ocorrer greve se não houver avanço nas negociações com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos)?, afirmou o secretário-geral do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Antonio Luiz Fermino. Ontem pela manhã, seis agências de Curitiba – duas do banco Itaú, duas do Santander, uma do ABN Real e uma do Bradesco – tiveram a abertura atrasada em duas horas.

No centro de São Paulo, bancários também atrasaram a abertura de algumas agências, entre elas do Santander Banespa, HSBC e ABN Real. Segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o protesto envolveu cerca de 400 bancários.

Em Curitiba, os bancários se reuniram ontem à noite em assembléia na Sociedade 13 de Maio, para definir os rumos da mobilização. De acordo com o presidente em exercício do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, José Paulo Staub, seria proposto durante a assembléia estado de greve, além da realização de atos e paralisações parciais durante esta semana. Na próxima segunda-feira, dia 25, deve ser realizada nova assembléia, com a possível proposta de deflagração de greve.

Reivindicações

A pauta de reivindicações da categoria é longa e inclui, além da reposição de inflação (2,85%, medido pelo INPC), aumento real de 7,05% e melhoria da PLR – que passaria dos atuais R$ 800 mais 80% do salário para R$ 1,5 mil mais 100% do salário, além de 5% do lucro líquido da instituição, distribuído linearmente para todos os funcionários.

Os bancários reivindicam ainda a defesa do emprego -com medidas como a ratificação da Convenção 158 da OIT, que proíbe dispensas imotivadas; a ampliação do horário de atendimento bancário com dois turnos de trabalho e o respeito à jornada de seis horas -, o fim do assédio moral, das metas abusivas e da insegurança bancária, além da isonomia de direitos para todos os empregados.

A minuta entregue à Fenaban exige ainda que o piso da categoria, hoje em R$ 839,93, esteja de acordo com o previsto pelo Dieese, de R$ 1.500. O auxílio-creche babá deve passar de R$ 165,34 para R$ 350 (um salário mínimo); a cesta-alimentação que é de R$ 230,02 para R$ 300 e a gratificação de caixa dos atuais R$ 226,65 para R$ 500, independentemente do índice de reajuste concedido às demais verbas salariais.

De acordo com Fermino, a pauta inclui ainda questões específicas de cada banco. ?E diferentemente de outros anos, a Caixa e o Banco do Brasil fazem parte da mesa de negociações com a Fenaban?, informou. No Paraná, há cerca de 22 mil bancários, 15 mil deles na Grande Curitiba.

Rodada de negociação

O Comando Nacional dos Bancários e os representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), braço sindical da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), iniciaram ontem a quinta rodada de negociação salarial. De acordo com Antonio Fermino, a minuta com as reivindicações da categoria foi entregue à Fenaban no dia 10 de agosto. A data-base dos bancários é 1.º de setembro.

O presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino, afirmou que a rodada de ontem seria o prazo final dado aos banqueiros. Segundo ele, a categoria poderá entrar em greve a partir da próxima semana. No ano passado, após seis dias de paralisação em outubro, os bancários receberam reajuste de 6% (1% de aumento real), mais R$ 1.700 de abono e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) mínima de 80% do salário, mais R$ 800. 

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