Os bancários do Paraná podem entrar em greve geral caso as negociações com a Fenaban não cheguem a um acordo. A rodada de negociações marcada para ontem, em São Paulo, foi adiada para amanhã, a pedido dos banqueiros. Com data-base em primeiro de setembro, os bancários reivindicam reajuste salarial de 21,58%, referente à inflação estimada de setembro de 2002 a agosto de 2003, mais resíduo inflacionário de 0,42% de setembro de 2001 a agosto de 2002; e 3,99% de produtividade.
A proposta da Fenaban é corrigir os salários em 10%. “Alegar falta de condições financeiras para dar o reajuste correspondente à inflação, no entanto, é uma piada, já que os banqueiros lucram quatro vezes mais que o setor produtivo”, argumenta a presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Marisa Stédile.
Ontem, quatorze agências bancárias da rua Marechal Deodoro ficaram fechadas no centro de Curitiba durante todo o dia. A nova paralisação organizada pelo Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região e pela Federação dos Bancários da CUT/PR (Fetec) atingiu unidades do Banco do Brasil, BBV, Unibanco, HSBC, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Safra, Santander, Real, BCN, BMB e Banrisul. No interior do Estado, houve paralisação em Arapongas e manifestações em Londrina e Umuarama. Os funcionários que não trabalharam ficaram em frente às agências, orientando os clientes a procurarem a agência mais próxima.
Novas paralisações devem ocorrer hoje, de acordo com o presidente da Fetec, Adilson Stuzata. “Nossa idéia, a partir dessas movimentações pontuais, é desenvolver uma greve geral caso a negociação não avance”, avisa. Em ação movida pelo HSBC, o juiz Gil Francisco de Paula Xavier Fernandes Guerra, da 7.ª Vara Civil de Curitiba proibiu o Sindicato dos Bancários e a Federação da CUT de realizarem manifestações a menos de 50 metros das agências. O juiz estipulou multa de R$ 50 mil em caso de descumprimento da decisão. O sindicato e a federação recorreram da decisão, alegando que o espaço privado não pode ser estendido às ruas.