Após dois meses de queda, a cesta básica em Curitiba voltou a subir passando dos R$ 246,11 registrados em março para R$ 249,36, uma diferença de R$ 3,25 (1,32%) a mais sobre o orçamento do consumidor da capital. E aquela velha expressão a preço de banana perdeu o sentido. O produto foi o que mais impactou com 10,64% de alta somente em abril. Em um ano o preço da banana subiu quase 32% (31,84%). Em valores nominais, enquanto em abril de 2011 se pagava, em média, R$ 2,25 pelo quilo da fruta, agora, em abril deste ano foi preciso desembolsar R$ 3,23 para adquirir a mesma quantidade.
O economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Paraná (Dieese-PR), Sandro Silva, considerou o aumento na cesta surpreendente. “Se não fosse a disparada da banana e a ligeira alta da carne, o valor da cesta estaria próximo da estabilidade. A expectativa, na verdade era e ainda é para o próximo mês de baixa na cesta básica já que coincide com o período de entrada de safra de vários itens que formam o índice”, explicou. Prova disso, é que dos 13 produtos pesquisados, seis apresentara apresentaram baixa nos preços e seis apresentaram alta e somente a farinha de trigo não variou. “Feijão, açúcar e café seguirão com a tendência de baixa. Aliás, o valor desses produtos deveria ter caído mais em abril”, apontou o economista.
Quanto aos produtos que aumentaram de preço, o Dieese atribui a queda nas temperaturas e a disparada no quilo da banana. O aumento da carne, de 1,12%, foi considerado como um ajuste diante de um comportamento de queda registrado no intervalo de um ano, com o quilo acumulando 3,17% de redução no preço. “Em maio deve cair, pois ainda não há rigor nas temperaturas a ponto de afetar as pastagens”.
Assado garante economia
Outro item que pressionou os gastos com a alimentação em abril foi o óleo de soja que aumentou 3,47% no mês e nos últimos 12 meses corresponde ao terceiro produto com maior reajuste, 5,30%, ficando atrás apenas da banana e o feijão. “A cotação internacional da soja está influenciando nessa alta, mas a entrada da nova safra deve por um ponto final na escalada dos preços do óleo no próximo índice, assim como ocorreu com o açúcar”, comparou. O jeito é optar por pratos assados no lugar dos fritos, que ajudam a poupar o bolso e a saúde.