Balizador de custo de energia sobe 8,1%, diz ONS

O preço de liquidação das diferenças (PLD) no mercado brasileiro continuará no limite máximo de R$ 822,83/MWh pela quarta semana consecutiva. Balizador do PLD, o custo marginal de operação (CMO) voltou a subir, impedindo a queda do indicador que determina o preço da energia nas transações de compra e venda do mercado de curto prazo.

Nesta sexta-feira, o Operador Nacional do Sistema (ONS) informou que o CMO para o período entre 8 e 14 de novembro ficou em R$ 1.092,07/MWh para todos os subsistemas. O valor é 8,1% superior ao anunciado na sexta-feira passada, de R$ 1.009,82/MWh. Com o CMO acima de R$ 822,83/MWh, preço-teto do PLD, o valor da energia vendida no mercado de curto prazo completará um mês no limite de R$ 822,83/MWh, o que não ocorria desde maio passado. A divulgação do PLD para a próxima semana deve ocorrer ainda nesta sexta-feira.

O Informe do Programa Mensal de Operação (IPMO) publicado semanalmente pelo ONS sinaliza que as condições de chuva para o mês de novembro continuam a apresentar deterioração. O stress na operação do sistema nacional ganha contornos ainda mais singulares em função da expectativa de maior consumo de energia.

A previsão do ONS para a Energia Natural Afluente (ENA) no Sudeste do País, região responsável por 70% do armazenamento de água nas usinas hidrelétricas, foi reduzida de 74% para 69% da média de longo termo (MLT) do mês de novembro. Esta é a segunda projeção oficial anunciada pelo ONS para este mês.

Na região Sul, onde o volume de chuvas ultrapassou a média histórica durante o mês de outubro, o ONS prevê que a ENA de novembro ficará em 92% da MLT, acima dos 81% estabelecidos na semana passada. A estimativa para o subsistema Nordeste foi elevada de 36% para 38% da MLT. A projeção para ENA na região Norte, por sua vez, foi reduzida de 80% para 76%.

Como a percepção em relação às chuvas na região Sudeste/Centro-Oeste continua aquém do desejado, o ONS reduziu novamente a estimativa para o nível de água nos reservatórios da região ao final de novembro de 15,8% para 15,5%. Caso confirmada a estimativa, o nível estaria abaixo da marca registrada no período seco de 2001, ano em que o Brasil passou por racionamento, e no pior nível desde o início do século, segundo levantamento da comercializadora Comerc. Ontem, os reservatórios do Sudeste armazenavam o equivalente a 17,65% da capacidade, queda de mais de um ponto porcentual em apenas uma semana.

No Sul, a projeção para os reservatórios ao final de novembro ficou em 73,7%, abaixo dos 75,3% previstos na semana passada. No Nordeste, a previsão foi elevada de 11,4% para 11,5%. Já na região Norte houve revisão de 27,3% para 28,8%. Ontem, o nível dos reservatórios nas três regiões estava em 78,59%, 14,62% e 31,52%, respectivamente.

Carga

O ONS também anunciou a primeira revisão nas estimativas de carga mensal no sistema nacional para o mês de novembro. E as previsões sugerem aumento da demanda elétrica no País. A carga mensal deve alcançar 66.870 MW médios, acima da projeção anterior de 66.691 MW médios. O número representa uma expansão de 2,9% em relação à carga apurada em novembro do ano passado. A previsão da sexta-feira passada indicava alta de 2,6%.

O resultado foi puxado pela região Sudeste/Centro-Oeste, cuja demanda deve crescer 2,3%. Na semana passada, a variação esperada era de 1,8%. As previsões para as regiões Sul e Nordeste, por outro lado, foram reduzidas de 5,2% para 5,1% e de 4,9% para 4,7%, respectivamente. Na região Norte, a carga deve encolher 0,8%, um pouco menos do que a retração de 1,2% projetada pelo ONS na semana passada.

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