Balança deve fechar o ano com superávit de US$ 12,5 bilhões, prevê consultoria

A balança comercial do Brasil deve terminar este ano com saldo positivo de US$ 12,5 bilhões, segundo o economista Thiago Biscuola, da RC Consultores. Nesta quinta-feira, 1, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) informou que em setembro o País teve superávit de US$ 2,944 bilhões, enquanto no acumulado deste ano o saldo está em US$ 10,246 bilhões. Já para 2016, o analista prevê superávit de quase US$ 24 bilhões.

“A última semana de setembro veio um pouco melhor do que o esperado. As importações estão salvando a balança comercial, porque a queda é muito significativa. Além da fraca demanda interna, em função do ambiente recessivo, a questão cambial também tem impactado”, afirma Biscuola. Para ele, esse processo de melhora nas contas externas faz parte do ajuste pelo qual passa a economia brasileira.

Já no âmbito das exportações, mesmo com a depreciação cambial o Brasil não tem conseguido um grande ganho de competitividade, em especial no setor industrial. Segundo os dados do MDIC, a média diária das exportações em setembro teve queda de 13,8% em relação ao mesmo mês do ano passado, enquanto as importações recuaram 32,7%.

O analista da RC explica que a pauta de exportações brasileiras tem um peso muito grande de itens básicos, e que quase todos tiveram uma forte queda nas cotações internacionais este ano. “Em valores as exportações caem, por conta da retração nos preços, mas em volume elas estão subindo”. Ele diz que a janela para exportação de soja, por exemplo, já praticamente terminou, mas para alguns outros itens os produtores podem ter estocado para esperar uma cotação melhor do câmbio.

Biscuola diz que, com o ajuste nas contas externas, já é possível observar um processo de substituição de importações, mas que esse movimento é suavizado pela atividade doméstica muito fraca. “O espaço que o produtor local conseguiria ganhar fica limitado pela demanda interna caindo forte. Se houvesse uma demanda sólida, essa realocação seria mais rápida. De qualquer forma, sem essa substituição a indústria poderia estar caindo ainda mais”, comenta.

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