Balança desacelera e fecha julho com superávit menor

A balança comercial brasileira começa a dar sinais de desaceleração no ritmo das exportações, como alertou no início do mês o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Exterior, Luiz Fernando Furlan. A balança encerrou o mês de julho com um superávit de US$ 2,057 bilhões.

Apesar de o resultado ser 71% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado (US$ 1,202 bilhão), esse é o segundo mês consecutivo de queda no superávit. Em maio, o resultado foi de US$ 2,507 bilhões ? o melhor do ano ? e em junho, de US$ 2,357 bilhões.

Mesmo assim, julho apresentou um saldo superior aos quatro primeiros meses do ano: janeiro (US$ 1,155 bilhão), fevereiro (US$ 1,119 bilhão), março (US$ 1,546 bilhão) e abril (US$ 1,714 bilhão).

O saldo positivo de US$ 325 milhões, registrado na última semana do mês, elevou o superávit no ano para US$ 12,454 bilhões.

As exportações no mês totalizaram US$ 6,104 bilhões, ou média por dia útil de US$ 265,4 milhões. As importações em julho somaram US$ 4,047 bilhões, ou média de US$ 176 milhões.

Na última semana do mês, que contou com quatro dias úteis, as vendas externas somaram US$ 863 milhões e as importações US$ 538 milhões.

De janeiro a julho, o País exportou US$ 39,106 bilhões e importou US$ 26,652 bilhões, o que resultou no superávit de US$12,454 bilhões. No mesmo período do ano passado, o saldo comercial era de US$ 3,789, com exportações de US$ 31,275 e importações de US$ 27,486 bilhões.

Dólar dispara

O dólar comercial rompeu ontem a barreira de R$ 3,00, o que não ocorria desde 28 de maio. No primeiro dia de agosto, a moeda americana fechou vendida a R$ 3,035, uma alta de 2,22%. Durante a tarde, chegou a bater a máxima de R$ 3,045 (+2,56%).

Entre as principais razões para o salto do dólar, estão o desgaste político do governo na tramitação da reforma previdenciária, a crise com os movimentos sociais (MST e sem-teto) e a menor atratividade dos títulos da dívida brasileira no exterior.

“Começou agosto, o mês do cachorro louco. Vamos enfrentar problemas sérios. Os investidores estrangeiros estão se livrando de papéis de risco e correndo para os de empresas americanas que fizeram grandes captações, como a Ford e a GM. Hoje (ontem) nosso C-Bond afundou feio”, diz o diretor da corretora Pioneer, João Medeiros.

“Os exportadores brasileiros festejaram a volta do dólar à casa de R$ 3,00. Sempre defendemos que a cotação ideal para a balança comercial era a moeda entre R$ 3,00 e R$ 3,20”, afirma o diretor da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), José Augusto de Castro.

Com medo de que o dólar suba ainda mais, os importadores aproveitaram o dia para reforças suas compras de divisas.

A tendência é que a moeda americana permaneça acima de R$ 3,00 nos próximos dias.

A fuga do capital estrangeiro derrubou os títulos da dívida externa brasileira e o risco-país chegou a subir 8,11% no final da tarde, ao bater a máxima de 853 pontos-base.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo