A Petrobras acumulou um déficit de US$ 775 milhões em sua balança comercial de petróleo e derivados no primeiro trimestre deste ano, segundo o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa. Ele disse que há a perspectiva de inverter o quadro já no final do segundo trimestre, com a entrada em operação de novas plataformas de petróleo e ainda a elevação no ritmo de produção de unidades que iniciaram suas atividades no ano passado.

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Os números oficiais da empresa, porém, indicam a previsão de fechamento do ano com déficit de US$ 475 milhões. "Pessoalmente acho esta postura conservadora. Acredito que vamos reverter este quadro", disse. Recentemente, o diretor havia afirmado que o déficit da balança somente em março seria de US$ 850 milhões, mas, segundo ele, esses números ainda não estavam fechados quando fez este comentário. "Apenas um navio a mais na importação ou na exportação, carregando dois milhões de barris de petróleo aos custos atuais já representam uma grande diferença", explicou.

De acordo com os dados apresentados nesta sexta-feira (25) na sede da empresa, na mesma época no ano passado, a Petrobras acumulava superávit de US$ 528 milhões e encerrou o ano com superávit de US$ 72 milhões. Em 2006, o superávit havia sido de US$ 421 milhões.

Razões

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Costa atribuiu o déficit comercial da empresa no comércio exterior a pelo menos três motivos. O primeiro foi a parada programada em uma unidade de destilação da Refinaria de Paulínia que comprometeu o processamento de 180 mil barris por dia, exigindo a complementação com importações. O segundo foi o aumento no volume importado, por conta do maior crescimento na demanda de alguns combustíveis – como o caso do óleo diesel que teve que abastecer as usinas termelétricas no início do ano. O terceiro foi o menor valor obtido pela gasolina exportada pelo país em relação à importada.

"A Petrobras investiu mais de US$ 8 bilhões no melhoramento de suas unidades de refino para reduzir a quantidade de enxofre em sua gasolina e isso deve se reverter em melhores valores e em maiores volumes exportados nos próximos anos", disse.

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Ele destacou que a empresa hoje já exporta para a Ásia, África, América do Sul, América Central e até para o Oriente Médio – que produz e exporta petróleo, mas não possui refinarias para processar o óleo e abastecer seu mercado interno, como é o caso do Irã.

"Até 2010, a Petrobras deverá entrar no mercado americano, maior consumidor do mundo e que não importa a gasolina brasileira hoje por conta dessa quantidade elevada de enxofre, que tende a diminuir", afirmou.