São Paulo
– O continuado crescimento das exportações brasileiras e o aumento do superávit comercial são surpresas, sobretudo porque a demanda mundial se mantém desaquecida. A opinião é de José Augusto de Castro, diretor-executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). “Mesmo nas previsões mais positivas, jamais imaginávamos esse comportamento das vendas externas”, admitiu.A última projeção da AEB para a balança comercial de 2002 era de superávit de US$ 6,2 bilhões, resultado alcançado já na segunda semana de setembro. “Impossível fazer novas projeções, porque todas estão sendo superadas”, completou. Na segunda semana de setembro, por exemplo, a média diária das exportações cresceu 24,8% sobre a semana anterior, atingindo no mês US$ 1,574 bilhão contra US$1,044 bilhão de importações.
Segundo Castro, a razão por trás do crescimento das vendas externas não está claro porque a demanda mundial não dá sinais de recuperação. Aparentemente, o País está conquistando novos mercados, como a China, que passou a ser grande compradora de minério de ferro, cujos preços estão melhores no mercado internacional. O preço da soja também está melhor, por conta de problemas com a safra norte-americana, o que ajuda as contas externas.