O expressivo superávit de US$ 1,575 bilhão da balança comercial em agosto aumentou a confiança do governo de que o saldo comercial em 2002 será seguramente superior a US$ 7 bilhões. Pelos cálculos do secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Roberto Iglesias  a balança deverá registrar um superávit de US$ 7 bilhões a US$ 7,5 bilhões este ano.

Entre o final de setembro e outubro, o saldo acumulado em 12 meses deve superar US$ 8 bilhões, marcando uma virada da balança de mais de US$ 14 bilhões desde agosto de 1998. Naquele período, o saldo em 12 meses era negativo em US$ 6,172 bilhões.

Na avaliação de Iglesias, essa virada se deve, pelo lado das exportações, ao câmbio mais favorável, ao início da recuperação dos preços internacionais das commodities e ao ritmo mais lento da economia brasileira, que proporciona excedentes exportáveis. Ele acredita, também, que o Brasil está começando a colher frutos da estratégia de diversificar mercados. Isso estaria garantindo as exportações, a despeito da retração da demanda mundial e da queda nas vendas para destinos tradicionais  como a Argentina e a Europa.

As importações estão menores por causa do câmbio e da queda na atividade econômica. Mas, também há uma mudança qualitativa: o País estaria se beneficiando dos investimentos que fez a partir de 1999 para substituir importações. ?Isso representa uma ruptura no padrão do impacto do nível de atividade sobre a balança?, diz. Por isso, ele tem razões para acreditar que, mesmo com retomada da atividade econômica, não haverá um aumento tão acentuado nas importações, como ocorreu no passado.

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