Foto: Fábio Alexandre/O Estado

Maurílio Schmitt, da Federação das Indústrias: câmbio impulsiona importações.

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O saldo da balança comercial paranaense está em US$ 3,57 bilhões, o que representa uma queda de 29,6% entre janeiro e novembro deste ano em relação ao mesmo período 2005. Em onze meses de 2006, as exportações caíram 1,4%, somando US$ 9,07 bilhões, enquanto as importações cresceram 31,5%, chegando a US$ 5,49 bilhões.  

Os dados foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e analisados pelo Centro Internacional de Negócios e Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Segundo os técnicos da Fiep, o câmbio tem sido um dos principais impulsionadores do aumento das importações nos últimos três anos. Bens de capital e de consumo são os principais produtos comprados no exterior. ?Isto é reflexo do dólar baixo. Em 2006, a cotação da moeda norte-americana ficou, em média, 29,2% abaixo do valor de 2003?, informa Maurílio Schmitt, coordenador do Departamento Econômico da Federação.

A aquisição de bens de consumo, especialmente automóveis, foi o que determinou a alta significativa das importações neste ano. ?A importação de automóveis cresceu 856,24% até novembro de 2006 em relação a igual período do ano passado. É o segundo item mais importado, perdendo apenas para o petróleo, cujas importações totalizaram US$ 1,2 bilhão?, observa Schmitt.

De acordo com os dados da balança, as importações de veículos subiram de 2.146 (até novembro do ano passado) para 23.878 unidades no mesmo período de 2006. Dois terços do total são veículos importados da Argentina. ?As importações de veículos mexicanos também aumentaram significativamente, passando de 481 para 6.034 unidades em decorrência de acordos comerciais firmados com o Brasil?, informa Vinícius Gasparetto, do Centro Internacional de Negócios da Fiep. ?A importação de bens intermediários (semimanufaturados) registrou um aumento de 9,36%?, completa. Já a queda das exportações é decorrente dos problemas climáticos e fitossanitários que prejudicaram a venda de produtos básicos.

Receita

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Na comparação de 2006 com 2005 há aumento das exportações em dólares apenas dos produtos semimanufaturados (+10,38%) e manufaturados (+2,07%). Mesmo com este aumento, a receita gerada foi insuficiente para compensar a queda do faturamento provocada pela retração das exportações de produtos básicos no período (-12,09%). Em reais, o desempenho de todas as categorias mostra declínio: produtos básicos (-21,54%), semimanufaturados (-1,56%), manufaturados (-8,69%).