Balança comercial em 2005 não vai repetir este ano

O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, afirmou, ontem, que o saldo da balança comercial em 2005 não deverá repetir o desempenho deste ano. No ano, a balança acumula superávit de US$ 31,893 bilhões. "Mantido o cenário atual, o saldo tenderá a ser menor, mas não muito menor", disse. Isso porque as importações continuam crescendo e o governo estima que, em 2005, as exportações tenham um percentual de crescimento menor do que o das importações.

Apesar da perspectiva de um saldo menos vigoroso do que o deste ano, Furlan calcula que o superávit fique em cerca de US$ 20 bilhões.

Para o ministro, o comportamento do dólar já causou perda de rentabilidade nos segmentos que usam matérias-primas oriundas do petróleo e da petroquímica. Ele destacou a indústria de calçados e os setores que usam aço na cadeia produtiva. "É importante que estes setores não percam o espaço conquistado no exterior", afirmou.

A taxa de câmbio ideal para manter a atratividade do comércio exterior brasileiro é de cerca de R$ 3, segundo o ministro. Furlan destacou ainda a conjunção do enfraquecimento do dólar no mercado mundial e o crescimento da oferta de dólares no País pelo efeito do superávit da balança comercial e de conta corrente como justificativa para a trajetória de queda da moeda americana.

Mesmo com um cenário menos favorável, o ministro afirmou que o governo mantém a meta dos US$ 100 bilhões para as exportações. Para este ano, o ministro espera atingir US$ 94 bilhões. "Estamos mantendo, achamos que em meados de 2005 ela deve ser atingida", disse.

Para Furlan, o País está, hoje, menos vulnerável. Os desafios para o próximo ano são os gargalos na infra-estrutura, a busca por taxas de juros mais competitivas e por uma taxa de câmbio que estimule as exportações. "Acredito que ao longo desses dois anos, a saúde do Brasil melhorou muito, não só a saúde como o preparo físico também. Estamos em melhores condições para suportar eventuais adversidades no mercado externo", disse.

O ministro trabalha com um crescimento da economia brasileira da ordem de 5,5% ao ano em 2004. Para Furlan, a relação entre comércio exterior e PIB (Produto Interno Bruto) é determinante na avaliação de risco. A meta é atingir 30% do PIB. Segundo o ministro, o País tem condições de reduzir sua avaliação de risco para 300 pontos em 2005 e chegar a 200 pontos em 2006.

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