A balança comercial paranaense fechou o mês de novembro com déficit de US$ 451 milhões. As exportações apresentaram redução de 1,60% em relação a outubro, atingindo o valor de US$ 1,373 bilhão, contra US$ 1,825 bilhão em importações, valor 9,75% superior ao registrado no mês anterior. Na comparação com novembro de 2010, as exportações tiveram alta de 16,98% e as importações de 32,08%.

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Segundo o coordenador do departamento econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Maurílio Schmitt, o ritmo menor de evolução das exportações em relação às importações aponta para alguma restrição à sustentação da atividade econômica interna em um futuro próximo. “Deve-se, também, incluir neste cenário a possível deterioração no fluxo de comércio internacional que advenha dos repiques de crise no plano internacional, a ele se adicionando agora sinais de inquietação quanto a políticas que venham a ser acionadas pela China para controle da inflação”, observa.

Em novembro, o saldo líquido acumulado (exportações menos importações) foi negativo pela quarta vez consecutiva, após quatro meses seguidos de resultados positivos. Ao longo dos 11 meses de 2011, o déficit acumulado foi de US$ 1,209 bilhão.

Na pauta de exportações do Paraná, os produtos do ‘Complexo Soja’ ocuparam a primeira posição entre janeiro e novembro de 2011 com uma participação de 32,56% (aumento de 42,10% em relação ao mesmo período de 2010), ‘Carnes’ ocupa a segunda colocação com participação de 12,81% (aumento de 16,56%) e em terceiro lugar vem ‘Material de Transportes’, com uma participação de 12,28% (queda de 0,53%).

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Do outro lado, a análise dos grupos de produtos importados aponta que ‘Produtos Químicos’, na sua maior parte, adubos, fertilizantes e outros produtos destinados à agricultura, respondeu por 19,02% das importações, perdendo a primeira posição para ‘Material de Transportes’, que teve participação de 22,11%. O terceiro lugar ficou com ‘Mecânica’, que marcou 14,35%, superando ‘Petróleo e derivados’, que tradicionalmente ocupava a terceira posição e neste mês respondeu por 13,83% das importações.

Câmbio

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De acordo com Schmitt, a política cambial brasileira também prejudica a competitividade das empresas paranaenses. Entre janeiro e novembro as exportações atingiram US$ 15,955 bilhões, o equivalente a R$ 26,407 bilhões, considerando o câmbio mensal médio divulgado pelo Banco Central. Desta forma, na comparação com igual período de 2010, o aumento de 22,26% em dólar se reproduziu em aumento de apenas 14,79% em reais. “Esta diferença se deve à apreciação do real frente às moedas de circulação internacional, que vem comprimindo sistematicamente as receitas em moeda corrente doméstica dos exportadores e prejudicando sensivelmente a competitividade dos produtos paranaenses e brasileiros no exterior”, explica.