A retirada de R$ 3,167 bilhões em recursos estrangeiros da bolsa brasileira na última segunda-feira (dia 07) representa a maior já registrada pela B3 desde 24 de setembro de 2012. Na ocasião foi apurada uma saída de R$ 6,243 bilhões, segundo dados compilados pela própria bolsa. Naquele dia, o acontecimento que movimentou o mercado foi o fechamento de capital da Redecard pelo Itaú Unibanco.
As incertezas com relação ao crescimento da economia global, os altos e baixos na guerra comercial entre Estados Unidos e China, os percalços envolvendo o Brexit, no Reino Unido, além da falta de previsibilidade em questões macroeconômicas no Brasil, mantêm o clima de cautela.
Para André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, a despeito do entusiasmo do investidor local com a bolsa, o estrangeiro ainda não está convencido de uma melhora sistemática da economia brasileira. “A gente olha juro baixo no mundo e até aqui mesmo no Brasil como uma medida positiva. Mas na verdade o juro baixo revela a situação frágil em que vivemos. É a expressão otimizada do mal-estar. Isso acaba fazendo com que o investidor fique mais cuidadoso”, afirma.
Em 2019, os estrangeiros já fizeram outras quatro retiradas diárias expressivas na bolsa brasileira: de R$ 2,222 bilhões (03/01), R$ 2,108 bilhões (14/04), R$ 2,089 bilhões (05/08) e R$ 2,191 bilhões (03/09).