A Azul Linhas Aéreas fez hoje o primeiro voo experimental brasileiro com biocombustível à base de cana-de-açúcar. Com mesmo rendimento que a querosene tradicional, o novo combustível gera até 82% menos CO2.
O voo experimental, com uma aeronave da Embraer, E-195, partiu de Campinas (93 km de SP) com 4,5 mil litros de bioquerosene e 4,5 litros de querosene fóssil. Em menos de uma hora pousou no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.

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A falta de incentivos públicos para a combustíveis menos poluentes foi criticada por envolvidos no projeto. “Há descompasso entre o desenvolvimento da tecnologia e as políticas públicas de incentivo”, afirmou Paulo Diniz, presidente da Amyris, empresa de tecnologia responsável pela pesquisa sobre a bioquerosene a partir de cana-de-açúcar.

No RJ, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, afirmou que é possível estudar subsídios ao setor, desde que haja demanda. Ainda não disponível em voos regulares, o biocombustível foi desenvolvido com fungos geneticamente modificados, que sintetizam o caldo da cana em moléculas muito próximas às da querosene fóssil.

Órgãos internacionais ainda avaliam o pedido de certificação feito para a bioquerosene da cana, que foi apresentado em dezembro do ano passado. Em geral, segundo o diretor de combustíveis da Amyris Adilson Liebsch, o processo demora até três anos para ser concluído.

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A estimativa da Azul é usar o biocombustível em até 50% dos tanques. “Só não trabalhamos com 100% porque não há, ainda, produção para isso”, disse Adalberto Febeliano, diretor de relações institucionais da Azul.

Nem a companhia nem a Amyris divulgaram estimativas de custo do novo combustível, mas, segundo Febeliano, será compatível com os valores pagos atualmente pela querosene comum.

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