Em discurso a estrangeiros, o diretor de assuntos internacionais e de regulação do Banco Central, Luiz Awazu Pereira da Silva, apresentou razões para aplicar recursos no Brasil e reconheceu que o patamar de investimento na economia talvez não esteja tão alto quanto o desejado. Ele falou no encontro anual entre as seções brasileira e chinesa do Conselho Empresarial Brasil-China.

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Depois de dizer que o desempenho do Brasil no pós-crise é bom e que o crescimento da economia superou o crescimento de crise, Awazu comentou que isso tem permitido alçar o nível de investimento na economia. “Talvez não tão alto quanto desejamos, mas (o investimento) está hoje em patamar bem superior ao que era alguns anos atrás, em torno de 18% do PIB. E temos sido capazes de atrair de maneira regular e consequente um volume expressivo (US$ 60 bilhões a US$ 65 bilhões por ano) de IED (Investimento Estrangeiro Direto) na nossa economia”, disse.

Além de dizer que o Brasil tem economia grande e diversificada e fundamentos macroeconômicos sólidos, Awazu argumentou que o Brasil tem desenvolvido modelo sustentável de investimento, com inclusão social e financeira, com critérios elevados de qualidade para manutenção do meio ambiente e grandes projetos de infraestrutura.

Outro ponto, segundo Awazu, é que o Brasil tem sido capaz de ler com precisão a crise internacional. “Temos tido capacidade de reagir de maneira tempestiva a seus desdobramentos e mostrado robustez durante esses anos”, disse. “Além disso, somos uma economia num país pragmático, sem excesso de otimismo ou pessimismo.”

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O diretor do BC ainda apontou que o País tem sistema robusto de gestão macroeconômica. “Temos elaborado e fortalecido nossos pilares tradicionais clássicos de gestão macroeconômica, através do tripé de um regime de metas para inflação, de uma lei de responsabilidade fiscal e de um regime de cambio flexível”, disse. “Temos combinado esse tripé com atuação prudente e conservadora do ponto de vista financeiro através de regras de regulação que são reconhecidamente conservadoras e comparáveis com os melhores padrões internacionais estabelecidos em Basileia e no G20”, defendeu.

Segundo ele, isso tudo permite absorção de choques internos e externos, que permite garantir a estabilidade macroeconômica financeira, desenvolver modelo de crescimento sustentável, com desenvolvimento de mercados de crédito e capitais e com política de inclusão social e financeira.

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