A produção de frangos de corte no Brasil, o maior exportador mundial desta commodity, vai ser reduzida em pelo menos 10%. A meta é desacelerar a produção e diminuir o total de pintos alojados no País de 376 milhões de cabeças, verificado em maio, para 330 milhões. Agindo desta forma, a expectativa é manter oferta e procura em equilíbrio, afastando o excesso de produção que poderia resultar em prejuízos à cadeia avícola.
O posicionamento de reduzir a produção foi tomada na quinta-feira (dia 29) em Curitiba, em reunião promovida pela União Brasileira de Avicultura (UBA) e pelo Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar). O encontro contou com mais de 70 lideranças do setor de todo o País e faz parte de uma estratégia de acompanhamento do setor mantida desde o final do ano passado, quando uma retração das exportações de frango de corte desregulou o mercado interno por causa de excesso de oferta.
Para o presidente do Sindiavipar, Domingos Martins, acompanhar o alojamento de pintos de corte permite ao setor agir preventivamente, antes que haja danos à atividade. Isso é possível porque o pinto de frango de corte leva em média 40 dias para se desenvolver e ser abatido, tempo necessário para a tomada de decisões estratégicas. ?Este acompanhamento dos indicadores da avicultura brasileira é importante porque aponta as correções que temos que realizar para manter o setor equilibrado, gerando empregos e divisas para o País?, afirma.
Já o representante da UBA no encontro, o presidente da Associação Paulista de Avicultura, Érico Pozzer, destacou o caráter de conscientização da iniciativa por oferecer a cada empresário uma avaliação do cenário destinada a facilitar a tomada de decisões estratégicas relacionadas às empresas. ?Estamos mobilizados, trabalhando para conscientizar o setor, com a proposta de manter regulada a oferta e a procura na avicultura de corte?, afirma.
Para o presidente da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig), Tarcísio Franco do Amaral, a reunião realizada em Curitiba serviu para apontar uma tendência no comportamento da indústria, que já vinha sendo executada naquele estado. Amaral informa que desde outubro, o estado reduziu em 5% o total de cabeças de pintos de corte alojadas, passando de 28 para 24 milhões de cabeças. ?Em Minas Gerais, as empresas já vinham trabalhando para reduzir a sua produção, tendência que foi reforçada nesta reunião?, disse. Com o mesmo pensamento de redução e ajuste necessário, também se manifestaram as lideranças de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás.