Os dados referentes às exportações acumuladas neste primeiro quadrimestre no setor avícola do Paraná, apontam para o enfraquecimento da ?pandemia digital? da gripe aviária. Outro fator que influenciou o aumento nas vendas externas foi a abertura de novos mercados, explica o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins.
O acumulado das vendas ao exterior neste primeiro quadrimestre já é 16,03% superior em US$ FOB e 2,28% superior em quilos do que no mesmo período do ano passado. Até abril, o Paraná exportou 232,97 milhões de quilos de frango, o que rendeu ao Estado US$ FOB 275,18 milhões.
?Estávamos trabalhando com uma previsão de exportar 160 milhões de quilos no Brasil, em abril, e chegamos a 213 milhões?, diz Domingos Martins. ?Isso é conseqüência da abertura do mercado russo e de novas missões comerciais?, completa. Segundo ele, o fantasma da gripe aviária não deve reverter esse processo de retomada. ?A ?pandemia digital? se enfraqueceu. As exportações cresceram?, resumiu.
No entanto, se a comparação for feita entre o mês de abril com o último mês de março, houve uma queda de 20,35% em US$ FOB. Em março, o Paraná exportou 59,82 milhões de quilos, ou US$ FOB 68,55 milhões. Já em abril, o Estado exportou 53,18 milhões de quilos, ou US$ 54,56 milhões. Martins explica que o resultado da exportação medido em dólar é um parâmetro que tende a oscilar bastante. ?Depende muito da especificidade do produto?, diz. Ele completa que, em maio, as exportações devem crescer por conta da melhora no volume exportado para países já compradores do Brasil, como os países árabes e asiáticos.
Com relação à baixa cotação do dólar, Martins acrescenta que o câmbio não influi fortemente na avicultura, já que os insumos – como a ração – também são dolarizados.
Abates
Com relação aos abates de aves, houve uma queda de 21,07% em abril, se comparado a março. Em março, foram abatidas 90.833.041 cabeças. Já em abril, esse número chegou a 71.691.769 cabeças. Martins explica que a queda nos abates já era prevista. ?O setor trabalhou para diminuir o alojamento?, disse. Nos meses de fevereiro e março, os abates foram antecipados, ou seja, foram abatidas aves mais novas, além do abate de matrizes.
Os números de alojamento, segundo dados da Apinco, comprovam essa tendência em todo o País. Em fevereiro deste ano, o Brasil tinha 353.735.192 cabeças alojadas; em março esse número caiu para 340.257.059. A previsão para abril – números ainda não fechados – é que esse número chegue a cerca de 333 milhões.