Foto: Arquivo/O Estado

 Algumas empresas já estão paradas, diante da impossibilidade de exportar.

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O anúncio dos fiscais federais agropecuários do Ministério da Agricultura, de que a greve será mantida por tempo indeterminado, preocupa a indústria avícola do Paraná. Com a paralisação, uma das atividades mais afetadas é a da exportação de frango, uma vez que sem a inspeção e emissão de certificados internacionais feita pelos fiscais não há como exportar os produtos.

De acordo com o presidente da Associação dos Abatedouros e Produtores Avícolas do Paraná (Avipar), Alfredo Kaefer, algumas empresas já estão paradas, diante da impossibilidade de destinar a produção ao mercado externo. Além do prejuízo para economia paranaense e nacional, já que o Paraná é o segundo exportador de frango de corte do país, a preocupação de Kaefer é com a credibilidade junto ao mercado externo. ?Vivemos um impasse terrível. No momento em que enfrentamos a desconfiança dos compradores, por causa dos surtos da febre aftosa, não temos como embarcar o que está sendo produzido pela falta de fiscalização?, avalia Kaefer.

 Ainda não se tem uma idéia exata dos prejuízos que a prorrogação da greve trará para a avicultura. Porém, a indústria avícola paranaense já reduziu a produção em razão da greve. Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, o anúncio de prolongamento da greve é apenas mais uma forma de pressão ao Ministério da Agricultura. Martins, entretanto, apela para o bom-senso e aguarda que pelo menos 30% da categoria se mantenha em operação, conforme prevê a legislação, para evitar danos maiores à economia do país e do Paraná. ?Acredito que irá prevalecer o bom senso dos fiscais, e que as atividades serão mantidas, mesmo na forma de plantões em locais estratégicos, como os portos?, pondera Martins.

Segundo Martins, o setor também está sofrendo prejuízos em razão de dificuldades de trânsito de carne de aves e subprodutos, nas fronteiras com os estados de Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul, desde o surgimento das suspeitas de febre aftosa no Paraná. O Sindiavipar entrou com mandados de segurança contra os estados de RS e SP na justiça estadual das unidades federativas para garantir o livre trânsito destes produtos, e está no aguardo da decisão judicial final. Uma alternativa para esta situação é a divulgação do laudo definitivo do Ministério da Agricultura e Abastecimento, aguardado para os próximos dias, informando que não há febre aftosa no Paraná, o que liberaria o trânsito das cargas paranaenses.

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