Apesar de todas as dificuldades enfrentadas pela indústria avícola nos últimos meses, o setor começa a dar sinais de recuperação. Os abates no Estado apresentaram discreto crescimento, de aproximadamente 1% em relação ao último mês. Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, ?o crescimento dos abates é positivo, pois tem como base as aves de descarte. Isso sinaliza que o setor está trabalhando para se fortalecer de forma eficiente, sabendo que o mercado de exportação não deve apresentar crescimento significativo nos próximos meses?.
Por outro lado, o mercado interno vem apresentando alta, já que o preço das galinhas vivas já caiu 70%. ?Essa queda de preço é refletida para o consumidor final, abrindo espaço para mercados que não consumiam o produto de maneira regular?, destaca Martins. Com isso o consumo per capita de frango no País vem subindo.
A tendência a partir de agora é que o número de abates se reduza já que a produção de frangos vai sofrer um ajuste de pelo menos 10% em todo o Brasil, decisão anunciada no início deste mês. A meta é desacelerar a produção e diminuir o total de pintos alojados no País, de 376 milhões de cabeças, verificado em maio, para 330 milhões. Agindo desta forma, a expectativa é manter oferta e procura em equilíbrio, afastando o excesso de produção que poderia resultar em prejuízos à cadeia avícola.
Martins revela que acompanhar o alojamento de pintos de corte permite ao setor agir preventivamente, antes que haja danos à atividade. ?O acompanhamento dos indicadores da avicultura brasileira é importante porque aponta as correções que temos que realizar para manter o setor equilibrado e continuar gerando empregos e divisas para o País?, afirma.
Exportações em alta
A indústria avícola também tem buscado outras saídas para combater as perdas. Prova disso é o significativo aumento do volume das preparações alimentícias e pratos semiprontos de frango exportados no primeiro semestre. Só neste ano já foram exportados US$ FOB 22,47 milhões e 9,89 milhões de quilos dessas preparações. No mesmo período no ano passado as exportações desse segmento foram de apenas US$ FOB 3,44 milhões e 1,87 milhão de quilos. Um aumento de mais de 500% em relação ao volume. ?Esses produtos são produzidos com novas tecnologias provenientes da área de processamento e as empresas que estão investindo nesse segmento têm mais oportunidades de negócios?, ressalta Martins.
Redução de ICMS
O decreto assinado pelo governo do Paraná, reduzindo o ICMS na venda de carnes de aves, bovinos, suínos e bubalinos para outros estados, também é visto com bons olhos pela indústria. A carga tributária será reduzida da alíquota de 12% para o equivalente a 7%.
A medida é um pleito do setor de carnes para equalizar a tributação em relação ao resto do País. ?Isso nos coloca em pé de igualdade com os outros estados, pois torna praticamente nula a tributação sob o produto frango. Temos qualidade e produtividade, mas com uma diferença de 5% era muito difícil sermos competitivos?, afirma Martins.