O dólar caiu 0,94% e fechou a R$ 2,959, a menor em quase um mês (desde 29 de julho). Agradou o mercado o avanço das reformas no Congresso e a decisão judicial favorável à aplicação de um reajuste maior das tarifas pelas operadoras de telefonia, em detrimento dos consumidores.

O risco Brasil, medido pelo banco americano JP Morgan, chegou a recuar 2,72%, aos 678 pontos, o menor desde fevereiro de 2001. Quanto menor o risco, mais fácil e barato fica captar dinheiro no exterior. Já o C-Bond, principal título da dívida externa, valorizou até 0,48%, cotado a US$ 0,907, o melhor preço neste semestre.

“O mercado está de bom humor com o andamento das reformas”, disse o operador de câmbio do banco holandês Rabobank, Jorge Kattar.

A tramitação da reforma tributária avançou. Ontem à noite, o governo concluiu a votação do texto na comissão especial da Câmara. Mas não foi uma vitória completa para o Planalto, que se comprometeu com novas concessões para permitir o avanço do projeto. Ainda hoje deve ser votada a reforma previdenciária em segundo turno.

“Há uma perspectiva no mercado de que a reforma seja aprovada”, afirmou Kattar.

A economia com a reforma da Previdência para o caixa do governo é estimada em R$ 49 bilhões em 20 anos. Com isso, o investidor estrangeiro considera menor o risco de uma moratória da dívida externa do Brasil (US$ 216,926 bilhões, em maio).

Também repercutiu bem no mercado a decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) sobre o tribunal competente para julgar a questão dos índices de reajustes das operadoras. O STJ decidiu concentrar na Justiça Federal do Distrito Federal todas as ações que questionam o reajuste da telefonia fixa homologado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) no fim de junho.

Na prática, a decisão do STJ abre espaço para as operadoras voltem a praticar imediatamente o aumento médio de 28,75%, de acordo com o IGP-DI, acima do que previa uma decisão da Justiça Federal do Ceará, que se baseava no IPCA.

Apesar de a decisão não ser conclusiva, o mercado reagiu bem ao anúncio, que se enquadra no discurso do “respeito aos contratos do setor público com as empresas”. As ações das companhias de telefonia dispararam na Bovespa.

continua após a publicidade

continua após a publicidade