Nenhuma agência de classificação de risco deve cogitar melhorar a nota (“rating”) da dívida do Brasil por causa da captação externa de US$ 1,5 bilhão com a venda de bônus de 30 anos realizada pelo governo na segunda. Essa avaliação é do diretor-executivo da Fitch Atlantic Ratings, Rafael Guedes, que estimou em menos de 50% a chance de elevar de estável para positiva a perspectiva da nota do país (“B+) nos próximos 18 meses.
A importância para a economia de uma melhora do “rating” brasileiro é de que os custos parar tomar empréstimos no exterior pelas empresas são reduzidos, pois os bancos internacionais consideram a classificação de risco do país na hora de liberar recursos.
Para Guedes, a emissão – a primeira do governo Lula em 2004 e a de menor custo financeiro em 10 anos – não altera a capacidade do país de pagar sua dívida no prazo de cinco a sete anos.
A aprovação no Congresso do projeto de lei que dá autonomia operacional ao Banco Central justificaria uma melhora na nota do Brasil, segundo Guedes. Mas o ministro José Dirceu (Casa Civil) afirmou na sexta que a autonomia do BC não está na agenda de 2004, o que representa uma derrota para o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) e sua equipe. Em dezembro, Palocci prometera transformar a autonomia em bandeira para 2004.
Para Guedes, é “essencial” que a independência do BC seja reconhecida juridicamente.
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