Os ministros de Finanças das sete economias mais desenvolvidas do mundo (G-7) debateram assuntos como a dívida da Grécia, o papel do grupo no futuro e também a economia da China durante um jantar na sexta-feira e em conversas informais, afirmou o ministro de Finanças do Japão, Naoto Kan. Grande parte das discussões durante o jantar girou em torno da situação fiscal grega, afirmou Kan, destacando a preocupação das autoridades com o nervosismo que tomou conta dos mercados financeiros devido aos receios com um potencial default na dívida soberana da Grécia.
“Houve várias discussões sobre a Grécia”, tais como se o Fundo Monetário Internacional (FMI) deve liderar os esforços para ajudar o país, disse o ministro a repórteres. Ele acrescentou que, para os europeus, a questão fiscal grega – e não a de Portugal e a da Espanha – aparentemente é o “maior problema”.
Kan disse que não houve muitas discussões sobre a política de câmbio da China, mas acrescentou que o “interesse latente” no tema é forte. Segundo o ministro, o Japão está “preocupado com (os sinais de) uma bolha” na economia chinesa e espera que Pequim seja poupada da explosão de uma bolha nos preços das ações e de terrenos.
Durante o jantar, Kan também informou aos demais participantes que o Japão pretende estimular a demanda interna por meio de algumas medidas fiscais, embora tenha ressaltado que o governo tentará não depender exclusivamente dessas medidas, numa provável tentativa de enfatizar a disciplina fiscal do país. O nível da dívida pública japonesa é o pior entre os países desenvolvidos e equivale a 180% do Produto Interno Bruto (PIB) japonês. “No momento, o debate gira em torno da Grécia. Estou feliz que não seja em torno do Japão”, acrescentou Kan.
Após o jantar, em uma reunião mais informal, as autoridades também discutiram como o G-7 deve ser gerenciado num momento em que as reuniões do G-20 são o fórum primário para discutir as políticas econômicas mundiais. Embora os ministros de Finanças não tenham chegado a nenhuma conclusão, “houve opiniões de que não é desejável realizar encontros do G-7 pouco antes de reuniões do G-8 ou do G-20”, porque fazer isso poderia diminuir a importância das cúpulas desses dois últimos grupos, disse Kan. As informações são da Dow Jones.