Austrália tem interesse em negociar com Paraná

Ampliar as oportunidades de negócios, turismo e educação entre Brasil e Austrália. Este é o objetivo do Australia Green Festival 2002, evento promovido pelo Consulado Geral da Austrália, Embaixada da Austrália e IDP Education Australia, que neste ano será realizado também em Curitiba, além de São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas. “O Paraná é um mercado novo, com muito potencial para fazer essas relações, principalmente nos setores de meio ambiente, educação e turismo”, destaca Ana Paula Postema, coordenadora de eventos do Australian Trade Comission para a América Latina.

No ano passado, a embaixada australiana no Brasil emitiu cerca de 10 mil vistos, sendo a metade de turistas, estudantes e executivos paulistas e cerca de 2 mil da região Sul. “Em número de viajantes, Curitiba só está atrás de São Paulo e Rio Grande do Sul”, informa o cônsul geral da Austrália, Gerard Seeber. “A percepção do australiano sobre o Brasil é muito pequena, assim como o brasileiro acha que Austrália é só canguru e surf. O objetivo do festival é aumentar a integração entre os dois países”, explica. Neste mês, acontece em Sidney um festival semelhante divulgando o Brasil.

A Austrália representa o quarto destino brasileiro para estudos, com total de 1.990 vistos concedidos em 2001 -contra 20 em 91. Trinta universidades e escolas daquele País participam do festival, divulgando cursos universitários, de especialização e aperfeiçoamento. “Em algumas áreas, a Austrália tem tecnologia de ponta, mas sempre há uma troca de conhecimentos na parte acadêmica”, aponta Eva Sonia Machlup, gerente geral do IDP no Brasil.

As principais operadoras de turismo apresentarão roteiros no festival. “A Austrália é um país limpo, seguro, com cultura muito parecida e custo de vida não tão alto como a Inglaterra”, salienta Dinah Carvalho, agente de viagens da Kangaroo Tours. “Há uma diversidade de roteiros (praia, deserto, esqui, ilha) para todos os gostos e idades”. A indústria de turismo é a quarta em importância no PIB australiano, empregando 6% da população. Nesse ano, por causa do câmbio, a procura por pacotes para este destino cresceram 8% na Kangaroo. Grupos de profissionais ligados à cooperativas paranaenses tem viajado para conhecer os modelos agrícolas adotados na Austrália.

Comidas típicas e degustação de vinhos também fazem parte do evento. 2% do vinho consumido mundialmente é produzido na Austrália, que fabrica 11 dos 100 melhores vinhos do mundo. Na área de cultura, haverá exposições de artistas australianos.

Negócios

O módulo de negócios contará com seminários para empresas brasileiras focando gestão ambiental e energias alternativas. A Austrália é superavitária na balança comercial com o Brasil. Em 2001, exportou R$ 541 milhões e importou R$ 589 milhões. “São números muito baixos de relações bilaterais”, ressalta Ana Paula. Os produtos mais importados pelo Brasil são carvão, química e medicamentos. Os mais exportados são suco de uva, comida, motor de carro e sapatos. O maior investimento da Austrália no Brasil é a empresa BHP Billinton, na área de mineração. “A Austrália quer exportar muitos serviços, de educação, entretenimento e meio ambiente, mas precisa de parceiros no Brasil”, comenta.

No ano passado, o festival teve 5 mil visitantes. Nesse ano, a meta é atingir 8 mil pessoas, sendo 1.200 em Curitiba, nos dias 12 e 13 próximos, no Hotel Sheraton Four Points, das 13 às 19h. O evento é aberto ao público, apenas a degustação de vinhos será cobrada. Informações: www.australiafestival.com.br. Os participantes concorrem a prêmios, entre eles viagem para Austrália e cursos de inglês.

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