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Henrique Meirelles, presidente do BC: perspectivas benignas. |
São Paulo – Os diretores do Banco Central fizeram um alerta na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de que há sinais de demanda aquecida e que pode pressionar a inflação no curto prazo. Na avaliação do Copom esse alerta é importante devido ao fato de que as decisões de política monetária passarão a ter impactos concentrados no segundo semestre de 2007 e, progressivamente, em 2008.
O alerta foi incluído no parágrafo que trata do impacto do aumento dos gastos na economia. Esse item sobre os chamados ?impulsos fiscais? já constava na ata de janeiro, mas não mencionava o alerta sobre os riscos da demanda acrescida. Esse alerta foi incluído na ata divulgada ontem.
Segundo o documento, ao longo dos próximos meses, a expansão do nível de emprego e da renda e o crescimento do crédito continuarão impulsionando a atividade econômica. ?A esses fatores devem ser acrescidos os efeitos da expansão das transferências governamentais e de outros impulsos fiscais ocorridos em 2006 e esperados para este ano. Dessa forma, os efeitos defasados dos cortes de juros sobre uma demanda agregada que já cresce a taxas robustas se somarão a outros fatores que continuarão contribuindo de maneira importante para a sua expansão?, afirma a ata.
Inflação e importações
Apesar de alertar para os sinais de demanda aquecida, o Copom afirma que os dados referentes à atividade econômica ainda não sugerem uma probabilidade elevada de pressões significativas sobre a inflação no curto prazo.
Segundo o Copom, a expansão das importações tem contribuído de forma relevante para esse processo, complementando a produção doméstica e, assim, permitindo que os efeitos inflacionários do crescimento sustentado da demanda agregada continuem sendo limitados. ?Além disso, a despeito da perspectiva de consolidação de um ambiente de menor liquidez global, em virtude dos efeitos dos processos de elevação das taxas de juros nas economias industrializadas, e do recente, e possivelmente temporário, aumento de volatilidade nos mercados globais, o cenário externo continua favorável?, afirma o documento.
Os integrantes do Copom destacam ainda na ata que continua atribuindo baixa probabilidade a um cenário de deterioração significativa nos mercados financeiros internacionais em relação às perspectivas de financiamento para a economia brasileira. ?Assim, as perspectivas para a trajetória da inflação permanecem benignas. Tal como na reunião de janeiro, o Copom enfatiza que o principal desafio da política monetária nesse contexto é garantir a consolidação dos desenvolvimentos favoráveis que se antecipam para o futuro?, diz o documento.
Aumentos pontuais
O Copom diz que a alta da inflação de curto prazo tem sido determinada por fatores pontuais. O comportamento dos preços das tarifas de transportes públicos e de alimentos, de acordo com o texto da ata, é que tem sido o principal responsável pela aceleração da inflação.
?Eventos sazonais, como a elevação dos custos de educação, impactaram medidas preliminares de inflação de fevereiro.? A ata ressalta, ao mesmo tempo, que estas pressões inflacionárias têm caráter ?transitório? e se arrefecerão ao longo do tempo. ?Entretanto, o Copom continuará conduzindo suas ações de forma a assegurar que os ganhos obtidos no combate à inflação em anos recentes sejam permanentes?, destaca a ata.
Combustíveis não vão aumentar
São Paulo (AE) – O Comitê de Política Monetária (Copom) conservou a projeção, apresentada em janeiro, de aumento zero para a gasolina e o gás de cozinha em 2007. A informação está na ata da mais recente reunião do Copom, ocorrida em 6 e 7 de março e que reduziu o juro básico da economia para 12,75% ao ano, sem viés.
No documento, os diretores do Banco Central (BC) reconhecem que as cotações do petróleo continuam sujeitas a ?elevada volatilidade?, variando ao sabor de crises geopolíticas e mudanças no clima. Admitem ainda que os preços do produto no mercado internacional voltaram a subir nas últimas semanas, após uma queda mais forte na virada do ano.
?Mesmo assim, continua bastante plausível o cenário central de trabalho adotado pelo Copom, que prevê preços domésticos da gasolina inalterados em 2007?, diz o texto.
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