Brasília – Cerca de R$ 3,8 bilhões deverão ser injetados no mercado de consumo nos próximos 12 meses, caso a Câmara dos Deputados mantenha os R$ 15 a mais de aumento do salário mínimo aprovados pelo Senado, anteontem à noite. Pelo menos 21 milhões de pessoas seriam beneficiadas diretamente e 50 milhões indiretamente, mas o governo teme pelos efeitos da decisão nas contas públicas.
Atualmente, cerca de R$ 50 bilhões das despesas da União estão vinculadas ao salário mínimo: desde o abono e seguro-desemprego pago a 2 milhões de trabalhadores todo mês até benefícios assistenciais e aposentadorias a outras 14,3 milhões de pessoas. Do total de R$ 3,8 bilhões injetados pelo mínimo na economia, R$ 3,2 bilhões serão pagos pelo governo federal, sendo R$ 2,3 bilhões pela Previdência Social.
Economistas que defendem o aumento do mínimo, entretanto argumentam que esse gasto terá um impacto positivo sobre a economia, gerando mais empregos (o que reduz a despesa com seguro-desemprego) e maior nível de arrecadação, o que compensaria parcialmente a perda inicial de recursos. “Não basta reduzir a taxa de juros e aumentar os investimentos público. É preciso aumentar o poder aquisitivo dos brasileiros”, afirma o economista Reinando Gonçalves, da UFRJ.