Aumento de preço puxa queda nas vendas em fevereiro

Os aumentos de preços que vêm pressionando a inflação estão por trás também da queda nas vendas do comércio varejista. As três atividades que puxaram para baixo o resultado do volume vendido em fevereiro tiveram impacto do encarecimento dos produtos comercializados, segundo Aleciana Gusmão, técnica da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As três maiores contribuições para a redução de 0,2% nas vendas do varejo em fevereiro ante fevereiro de 2012 foram da atividade de supermercados (-1,0 ponto porcentual), móveis e eletrodomésticos (-0,1 ponto porcentual) e combustíveis e lubrificantes (-0,1 ponto porcentual). “A demanda está diminuindo porque o preço está subindo”, disse a técnica do IBGE. “É o efeito da inflação se sobrepondo sobre o efeito renda”, acrescentou.

Aleciana ressaltou que os preços da alimentação no domicílio acumularam uma alta de 13,9% nos 12 meses terminados em fevereiro, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), sendo que, nos 12 meses até janeiro, essa taxa havia ficado em 12%. Aleciana lembra que houve efeito de uma base de comparação elevada, já que o reajuste maior no salário mínimo no mesmo período do ano passado tinha elevado as vendas em 13,3%.

Se por um lado a inflação de alimentos se agravou, prejudicando o setor de supermercados, o impacto dos preços foi ainda mais sentido no setor de combustíveis. No acumulado em 12 meses até fevereiro, o aumento nos combustíveis foi de 4,72%. No entanto, a variação nos preços dos combustíveis foi de 3,6% apenas em fevereiro. “Só este ano a gente já teve dois reajustes de combustíveis”, disse a técnica do IBGE.

O coordenador de Serviços e Comércio do IBGE, Reinaldo Pereira, lembrou ainda que o aumento de combustíveis também tem impacto na atividade de supermercados, à medida que torna o frete mais caro. “Por causa do aumento dos combustíveis, o frete ficou mais caro e tem impacto no preço dos alimentos. Os fretes já estão até 50% mais caros”, disse Pereira, lembrando também de uma alteração na lei que regula a jornada de caminhoneiros, que agora são obrigados a descansar entre as jornadas de trabalho.

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