economia

Aumento de gasto em viagens, serviços e lucros está vinculado à atividade, diz BC

O aumento de gastos em viagens internacionais e serviços no exterior, além do crescimento das importações e das remessas de lucros e dividendos por multinacionais observados nos últimos meses são indicações de retomada da atividade econômica. A avaliação foi feita pelo chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha.

Ao apresentar os números das contas externas, Fernando Rocha comentou que vários indicadores reforçam a percepção de que, com a retomada da atividade econômica, o Brasil começa a demandar cada vez mais serviços e mercadorias do exterior.

O aumento das viagens internacionais é um exemplo. Em outubro, brasileiros gastaram US$ 1,637 bilhão no exterior, cifra 15% maior que o desembolsado um ano antes. Em novembro, a tendência de crescimento continua no mesmo ritmo e até o dia 21 o déficit da conta já somava US$ 772 milhões. O valor é resultado de gastos de US$ 1,10 bilhão no período, muito superior à receita obtida pelo Brasil com estrangeiros no País que gastaram US$ 328 milhões no período.

Outro exemplo é a compra de importados. Rocha destacou o aumento de 20,4% no total de importações observado no mês passado na comparação com igual período de 2016. “Esse crescimento das importações está vinculado à recuperação da atividade doméstica”, disse. O mesmo fenômeno ocorre com o aumento de gastos para o pagamento de serviços internacionais, como transportes, seguros e telecomunicações.

Lucros

Rocha também comentou que, com a melhora da economia, empresas multinacionais também começaram a lucrar mais e, por isso, aumentaram a remessa de lucros e dividendos. De janeiro a outubro, foram emitidos US$ 19,746 bilhões, valor 3,5% maior que o observado um ano antes. Em novembro até o dia 21, a remessa de lucros somou US$ 822 milhões.

Sobre o juro da dívida externa, o gasto também tem crescido. De janeiro a outubro de 2017, foram emitidos US$ 23,065 bilhões, valor 8,7% maior que o visto no ano passado. Em novembro até o dia 21, o gasto com juros já soma US$ 525 milhões. Esse valor cresce, diz Rocha, a despeito da estabilidade da dívida externa porque o juro internacional tem subido.

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