O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, disse hoje que o aumento da taxa básica de juros (Selic), em 0,75 ponto porcentual, pelo Comitê de Política Monetária (Copom), já estava previsto. Ele lembrou que, na semana passada, 80% dos analistas de mercado já apostavam neste porcentual de elevação. “Esse crescimento enorme do PIB (no primeiro trimestre de 2010) deu mais razões para que o Banco Central fizesse esse aumento. Talvez isso ajudou a dar unanimidade na decisão”, afirmou, ao participar esta manhã do programa Bom Dia Ministro, da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC).
Jorge argumentou que provocar a desaceleração da economia era necessária. “Não podemos suportar um crescimento de 9% em relação ao ano passado. Mesmo um crescimento de 7% pode trazer problemas como inflação e problemas de gargalos”, afirmou. Segundo o ministro, o BC tem poucos instrumentos para manter a inflação dentro da meta e, uma delas, é a taxa de juros. “É preciso bota água nesta fervura do crescimento. Está alto e não é suportável para o País. Infelizmente não somos a China ainda”, disse.
Imposto
O ministro do Desenvolvimento reiterou ainda que o governo pode retirar o imposto de importação do aço para competir com os preços domésticos. Segundo ele, alguns setores, como linha branca e automotivo, estão preocupados com o reajuste que as siderúrgicas brasileiras devem promover por conta do aumento do preço internacional do minério de ferro. “O ministério está acompanhando e podemos tomar alguma medida para contrapor a este aumento de preço”, afirmou.