Plantio direto mostra resultados e ajuda elevar produção em quase 10%. |
Os produtores de milho da região dos Campos Gerais estão colhendo mais na safra 2002/2003, apesar da redução da área plantada de 175 mil para 165 mil hectares, ocasionada pelo aumento da área de soja. A produtividade média passou de 6 mil quilos por hectare na safra anterior para 6,5 mil quilos por hectare, segundo informações do Deral (Departamento de Economia Rural). Mas nas propriedades com alta tecnologia, o rendimento atinge 7 mil a 9 mil quilos por hectare, informa o engenheiro agrônomo José Roberto Tosato, do Deral.
Os mais de 2 mil produtores da região, ligados à sete cooperativas mais os independentes, devem colher 1,07 milhão de toneladas na safra atual, correspondendo a cerca de 16% da produção total do Estado (7,4 milhão de toneladas). O início do plantio, em setembro, foi problemático. Por causa da estiagem, houve ataques de lagartos. “Teve gente que, com três aplicações de veneno não conseguiu controlar os ataques, mas depois a chuva conseguiu matar os lagartos e recuperar as plantas”, relata Tosato.
O clima contribuiu para a melhora da produtividade na atual safra. “O verão com sol e chuva deu maior sustentação para a planta”, aponta o técnico. Um dos motivos da produtividade dos Campos Gerais ficar acima da média do Estado é o emprego do plantio direto, feito sobre uma área onde anteriormente foi cultivado aveia, cevada ou trigo, sem mexer na terra como no método convencional. “Esse sistema aumenta a produtividade porque retém mais água no solo, protegendo-o contra erosão e raios solares e favorecendo a criação de minhocas, que fazem a aragem”, explica o técnico. Graças à essa retenção, as plantações da região resistem à estiagem 15 dias mais que nas regiões Norte e Sudoeste.
A colheita da safra normal vai até o início de maio. A região dos Campos Gerais não tem tradição no cultivo do milho safrinha, que é feita nos meses de janeiro e fevereiro. “É uma plantação de risco por causa das geadas que podem ocorrer em março e abril. O banco nem dá seguro para o milho safrinha na região”, observa Tosato.