A crise financeira mundial ainda não afetou a geração de empregos em Curitiba. Esta é a afirmação do economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Cid Cordeiro, que juntamente com o secretário municipal de Trabalho e Emprego, Raul D’Araújo Santos, divulgou ontem o balanço dos empregos gerados em setembro, na capital.
O levantamento apontou que foram criadas 4.699 novas vagas na cidade no mês passado, o que representa um aumento de 0,8% em relação a agosto, quando foram geradas 3.674 vagas.
No mês de setembro observou-se o melhor desempenho deste ano e também o melhor resultado dos últimos dez anos. O mês perdeu apenas para setembro do ano passado, quando foram criados 5.841 postos de trabalho em Curitiba. Os dados são do Observatório do Trabalho da secretaria.
Já de janeiro a setembro deste ano Curitiba ganhou 34.209 vagas de trabalho, contra as 26.428 no mesmo período do ano passado, uma variação de 6,20%. Os economistas prevêem, ainda, que o ano vai fechar com um total de 38 mil a 40 mil empregos gerados. Para o secretário, a explicação para o bom desempenho está na conjuntura econômica positiva.
“Temos mais oferta de crédito, mais produção, o que representa mais consumo, além dos prazos para pagamento, que são longos. Todos esses fatores estimulam o emprego”, observou.
Segundo Cid Cordeiro, a crise vai afetar, sim, a geração de empregos, porém, somente no início do ano que vem. Os impactos, contudo, ainda são uma incógnita. “Só saberemos a dimensão no ano que vem, pois só poderemos fazer um balanço depois que a crise terminar”, analisou o economista.
Sazonalmente, os melhores meses para as contratações são setembro, outubro e novembro, segundo Cordeiro. “São os meses em que a indústria produz mais para o final do ano. Neste período, o comércio também passa a contratar mais”, comentou. Porém, ao fechar o saldo de dezembro, normalmente o resultado é negativo.
“Já no Natal começamos a perceber uma desaceleração nas contratações, mas não quer dizer que vai haver muitas demissões. Por isso veremos os efeitos da crise somente em 2009”, disse.
Com o saldo de setembro, Curitiba fica com 585.724 trabalhadores com carteira assinada, o que a coloca na quarta posição entre as capitais brasileiras que possuem mais de um milhão de habitantes. Perde apenas para São Paulo (primeiro lugar, com 3.522.525 trabalhadores com carteira assinada em setembro), Rio de Janeiro (segundo lugar, com 1.666.375) e Belo Horizonte (terceiro lugar, com 849.897 trabalhadores formais).
Já com relação à quantidade de vagas geradas em setembro, a capital paranaense fica em quinto lugar, perdendo para São Paulo (primeiro lugar com saldo de 30.964 novas vagas), Belo Horizonte (16.843), Rio de Janeiro (11.195) e Recife (5.538).