O ano de 2008 deve se consolidar como o da construção civil. Desde janeiro, o número de empregos no setor cresceu 24,24% no Paraná – bem acima da média de todas as atividades, que ficou em 7,95%.

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Em nível nacional, também é a construção que vem puxando o emprego no mercado formal, com crescimento de 19,66% – acima da média de todos os setores, de 7,20%.

 Do início do ano até setembro, 2,086 milhões de empregos com carteira assinada foram criados em todo o País, um novo recorde histórico – desses, 154.896 no Paraná. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego.

Em números, a construção civil abriu 17.690 postos de trabalho no Paraná de janeiro a setembro – em todo o País, foram 300.882. Com crescimento de 12,44%, a agropecuária ocupou a segunda posição no ranking, com saldo de 12.915 empregos, seguido pela indústria de transformação – crescimento de 9,10% e saldo de 51.784 empregos – e extrativa mineral – incremento de 6,43% e 322 novos empregos.

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Já o setor de serviços, com 42.671 empregos, registrou variação de 6,25%. O comércio, com saldo de 27.885 novos postos de trabalho, cresceu 6,10%. O pior desempenho foi o de serviços de indústrias de utilidade pública (como Sanepar, Copel), com crescimento de 2,80% e saldo de 644 vagas. Nenhuma das atividades registra variação negativa no ano no Estado.

Em relação especificamente a setembro, o emprego cresceu 0,83% no Paraná – com saldo de 17.404 novos postos de trabalho -, com alta em praticamente todos os setores.

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Apenas a indústria de calçados registrou queda, de 0,54%. Já a indústria de material elétrico e de comunicação apresentou o maior crescimento em contratações (3,05%).

Na média nacional, o emprego cresceu 0,91% em setembro, com a criação de 282.841 postos com carteira assinada. Em saldo, a indústria de transformação foi a que mais empregou (114.002 pessoas); já a agropecuária registrou saldo negativo de 25.312 empregos, representando queda de 1,41%.

Revisão de metas

Diante do resultado divulgado ontem, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, refez a meta e previu que 2008 vai fechar com entre 2,100 milhões e 2,150 milhões de novos postos de trabalho.

“Para o incômodo dos economistas, nossos dados estão cada vez mais positivos”, afirmou o ministro, acrescentando que há muita especulação no mercado financeiro, mas que a economia brasileira é sólida.

Apesar disso, ele disse acreditar que a crise vai ter um pequeno impacto na agricultura devido às exportações, uma vez que o setor está enfrentando dificuldades de acesso ao crédito. A estimativa de Lupi é de que o mercado formal em 2009 gere 1,8 milhão de postos de trabalho.

Entressafra da cana-de-açúcar com menos desempregados

Hélio Miguel

O período de entressafra da cana-de-açúcar está deixando de ser um drama para os trabalhadores do setor no Estado. Tanto as empresas, como sindicatos da categoria estão aproveitando o tempo para investir em qualificação de pessoal, e mesmo demitindo cerca de 50% dos empregados, o setor ainda consegue atraí-los de volta no retorno do período de safras. Novas variedades de cana também estão possibilitando intervalos cada vez menores no plantio, evitando demissões.

De acordo com a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Paraná (SRTE-PR), são cerca de 120 mil os trabalhadores, no Estado, envolvidos com o plantio, extração, transformação e transporte da cana-de-açúcar.

Dados da Associação de Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná (Alcopar) indicam que o Paraná possui aproximadamente 611 mil hectares de cana plantados.

O superintendente da Alcopar, Adriano Dias, diz que os períodos de safra estão cada vez maiores. “Antigamente, a safra parava em novembro e voltava em maio ou junho do ano seguinte. Hoje, ter,mina no final de dezembro e volta no começo de março”, informa. Ele lembra que, considerando as férias e os custos das demissões e admissões, acaba sendo mais viável, para as empresas, manter o seu efetivo.

Mesmo assim, demissões ainda ocorrem. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Maringá e Região (Stiam), Rivail Assunção da Silveira, diz que a prática atinge ainda cerca de 50% dos trabalhadores do setor. Mas, para o gerente regional da Trabalho e Emprego de Maringá, Ernesto Szpoganicz, a situação, por ser previsível, não é um problema. “Faz parte da rotina de safras no Paraná”, avalia.

Segundo ele, a boa notícia agora é que as usinas, para não perder mão-de-obra para concorrentes ou mesmo outros setores, acabam estendendo os contratos de muitos de seus empregados.