O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse nesta quarta-feira, 29, que a compra de dólares para o pagamento da dívida externa não será prioridade neste ano. Segundo ele, o País já conta com um volume muito grande e essa compra não será necessária. “O câmbio no momento não está colocando essa necessidade”, afirmou.
De acordo com o Tesouro, a compra antecipada de dólares está em US$ 6,5 bilhões, montante equivalente para honrar os vencimentos de principal e juros da dívida externa nos próximos dois anos.
“Nós somos credores líquidos em dólar. Quando há desvalorização da moeda, nossa dívida cai”, afirmou. “Temos um nível de reservas muito significativo, o que é importante numa conjuntura com alguma volatilidade internacional. Não estamos preocupados com nosso nível de reservas. Somos altamente e cada vez mais credores líquidos.”
Ainda assim, o secretário do Tesouro Nacional afirmou que o órgão fará leilões extraordinários, se houver necessidade. “Eles (leilões extraordinários) têm mostrado eficiência e são usados basicamente para dar referência ao mercado”, disse.
Augustin lembrou que o Tesouro acabou tendo lucro, apresar de não ser o objetivo, em leilões de compra a venda. Questionado sobre a possibilidade de o Tesouro realizar leilões de títulos off-the-run (títulos que não estão sendo emitidos) neste ano, prevista no Plano Anual de Financiamento (PAF), Augustin disse que não há nada diferente de outros anos.
O Tesouro explicou que pode, a depender de demandas específicas, negociar um grupo de títulos que está fora da programação. Segundo o órgão, o objetivo é corrigir distorções de mercado quando há procura maior por um determinado titulo que o Tesouro não está ofertando.