A greve dos trabalhadores da Volkswagen em São Paulo, que reivindicam melhores condições salariais, está afetando a produção da planta da Audi/Volkswagen em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. Ontem a linha de montagem paranaense foi paralisada por falta de motores e peças para armação e só deve ser retomada na próxima terça-feira, caso a greve acabe. A fábrica do Paraná emprega 4.500 trabalhadores e produz cerca de 800 carros por dia.
Ontem os trabalhadores da Audi/Volkswagen tiraram o dia para descansar. Devido à falta de motores e outros componentes produzidos em São Paulo, a direção da empresa firmou acordo com o sindicato e deu folga aos metalúrgicos. Apesar de os funcionários ficarem cinco dias em casa, por enquanto, a montadora só vai ter um dia de prejuízo. No sábado já era folga dos trabalhadores e o feriado da próxima quarta-feira foi adiantado para segunda-feira. Além disso, um dos dias úteis desta semana será reposto no dia 5 de novembro. ?Fizemos o acordo porque não tinha desvantagem para os trabalhadores?, analisa Jamil D?ávila, da comissão de fábrica da Audi/Volkswagen.
Ao contrário do que está ocorrendo em São Paulo, a negociação no Paraná foi bem mais tranqüila. A data base da categoria é 1.º de setembro e no dia 30 de agosto tudo já estava resolvido. Os trabalhadores conseguiram repor a inflação de 5,01% conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e conquistaram mais 3,7% de aumento real.
No entanto, negociar o Programa de Participação nos Resultados (PPR) deu um pouco de trabalho. Os trabalhadores paranaenses pararam as atividades durante 14h, mas duas de cada vez e em diferentes turnos. Os metalúrgicos queriam R$ 4 mil de PPR e a empresa oferecia R$ 3.200,00. O acordo acabou fechado em R$ 3.600,00.
São Paulo
A greve na fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo, que começou na quinta-feira da semana passada, continua. Os trabalhadores exigem maior participação nos lucros da empresa. Os 18 mil funcionários da montadora de veíoculos querem um total de R$ 5.500 por trabalhador, mas a fábrica só aceita pagar até R$ 4.700 por funcionário. Por isso, a greve foi mantida. Agora, haverá nova assembléia na segunda-feira, às 8h, na fábrica localizada às margens da Via Anchieta, em São Bernardo. Na unidade da montadora em São Carlos, a assembléia acontecerá hoje. Segundo a montadora, com a paralisação iniciada há uma semana 7,5 mil carros já deixaram de ser produzidos.