O processo de capitalização da Petrobras poderá enfrentar um novo obstáculo, além de todos os entraves que já ameaçam atrasar sua liberação no Poder Legislativo. Licitação lançada esta semana pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), prevê um prazo de 90 dias, prorrogáveis por mais 45 dias, para a auditoria dos reservatórios que serão passados à estatal.

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A intenção da companhia era realizar a capitalização ainda neste semestre. “A demora na avaliação (das reservas) pode se tornar um gargalo para o negócio”, avaliou o analista Emerson Leite do Credit Suisse, em relatório enviado aos clientes. A direção da ANP aprovou a contratação da auditoria em reunião no início do mês, por meio de licitação. As propostas deverão ser entregues em 27 de maio. A partir da contratação, começa a correr o prazo inicial de 90 dias.

A Petrobras não comentou o assunto. Técnicos da área de finanças da companhia informaram que o tema ainda está sob avaliação. A empresa vem repetindo que precisa fazer sua capitalização até o fim do primeiro semestre para poder manter a relação entre capital e nível de endividamento. Executivos da empresa já chegaram até mesmo a levantar a possibilidade de realizar o processo sem contar com a cessão onerosa das reservas.

A auditoria contratada pela ANP é necessária para certificar o volume mínimo de 5 bilhões de barris de óleo buscados em parceria entre a ANP e a Petrobras na área próxima aos reservatórios do polo de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos. A primeira perfuração localizou um reservatório, mas não identificou o total de volume desejado. A segunda perfuração deve começar a ser feita em maio.

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