Os auditores fiscais da Receita Federal do Brasil decidiram ontem manter a greve em todo o País. A decisão foi tomada em assembléias. A paralisação já dura mais de 40 dias. Enquanto isso, o governo federal continua informando que não há motivos para a greve continuar.
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem que o governo fez tudo o que podia para negociar e que a greve dos auditores não prejudica o governo (já que a arrecadação está batendo recordes) mas sim a população, porque dificulta as importações e exportações e a emissão de documentos, entre outros serviços.
Paulo Bernardo reafirmou que o governo vai cortar o ponto dos grevistas, mas disse que ainda não está decidido se o corte será de uma só vez ou de forma escalonada. O ministro explicou que a dificuldade de um único corte é que, em alguns casos, o contracheque poderá ficar zerado, impedindo inclusive os descontos normais, como o do INSS. O ministro informou ainda que a questão será discutida com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Os auditores pedem reajuste salarial de 42%, o que significa um piso de R$ 14,3 mil e um teto de quase R$ 19 mil. Os auditores reivindicam um cronograma menor para os reajustes programados dos salários. O governo propõe um parcelamento em três anos, mas os auditores querem em tempo menor que isso.