Auditores fazem operação padrão em Foz do Iguaçu

Os auditores fiscais da Receita Federal que trabalham na estação aduaneira de Foz do Iguaçu decidiram ontem iniciar uma operação padrão. Eles estavam em greve há quase um mês.

Segundo os sindicalistas, isto significa que todos os fiscais voltam ao trabalho na aduana, mas passam a fazer inspeções detalhadas de cada carga, o que também deve provocar lentidão na liberação dos caminhões. A decisão foi tomada em assembléia na manhã de ontem. Outras assembléias foram realizadas em todo o país e, no restante do Paraná, a decisão foi manter a greve da forma que estava, com 30% dos trabalhadores atuando.

O responsável pela delegacia Sindical de Foz do Iguaçu do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco), Alfonso Burg, explicou que a operação padrão só vale para as aduanas, ou seja, delegacias e serviços administrativos de Foz do Iguaçu continuam contando com 30% do efetivo. Ele disse ainda que um dos motivos que levou os trabalhadores a optarem pela operação padrão foi a suspensão da tutela antecipada que garantia que os fiscais não sofreriam represálias durante o movimento, como o corte nos salários, por exemplo.

O pedido de suspensão foi feito pela Advocacia Geral da União (AGU), acatado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada. Outro motivo, segundo Burg, foi o desejo de alguns fiscais mais novos que, temendo represálias, preferiram optar pela operação padrão. ?Mas na prática, a lentidão deve continuar, não vai mudar muito?, disse Burg.

O pátio da aduana de Foz continua lotado e uma fila já se forma para fora. Em períodos normais, os auditores fiscais liberam uma média de 450 a 500 cargas por dia. Mas durante a greve, eram inspecionadas apenas 150. ?Por enquanto temos poucas cargas chegando, o que não aumenta o número de caminhões por aqui?, comentou Burg.

Durante as assembléias, os sindicalistas chegaram a estudar a possibilidade de operarem com 40% do efetivo. Mas segundo o presidente do Unafisco em Curitiba, Norberto Sampaio, os cerca de 500 filiados não aprovaram essa idéia e decidiram continuar em greve. A mesma decisão foi tomada em Paranaguá, Londrina (norte do Paraná) e Ponta Grossa. ?Mesmo com a suspensão da tutela nós decidimos continuar com o movimento. Ou o governo resolve negociar ou a situação pode ficar mais crítica?, disse.

A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) obteve mais uma liminar na Justiça contra a greve. A liminar, concedida na última sexta-feira pelo juiz federal de Joinville (SC), Roberto Fernandes Junior, determina a regularização dos desembaraços aduaneiros das mercadorias importadas, exportadas ou em trânsito no Porto de São Francisco do Sul (SC). Há dez dias, a Fiep havia obtido uma liminar semelhante ao mandado de segurança impetrado contra a paralisação dos servidores da Receita Federal no Porto de Paranaguá.

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