Os cerca de três mil auditores fiscais da Receita Federal do Brasil entraram em greve ontem por tempo indeterminado.
A paralisação foi decidida em assembléia nacional da categoria, na semana passada, depois de seis meses de tentativas de negociação frustradas entre as entidades que representam o Fisco Federal e o governo.
Entre as reivindicações dos auditores está a equiparação salarial com outras carreiras típicas do Estado, o que representa um reajuste de 38,46%, indo de um salário inicial de R$ 13 mil para R$ 18 mil.
De acordo com o delegado sindical em Curitiba da Unafisco Sindical, Norberto Antunes Sampaio, a greve é uma luta pela valorização da categoria, que tem uma função importante na arrecadação do País. Ele acrescenta que enquanto outros servidores públicos têm salários compatíveis com a função, como à Advocacia Geral da União, que recebe salário inicial de cerca de R$ 15 mil e de delegado da Polícia Federal, de R$ 13,5 mil, os auditores entram na carreira com um salário de R$ 8 mil.
Além do aumento salarial, a categoria quer ainda a paridade de salários entre os funcionários ativos e aposentados. Também, o fim da politização dos cargos. Segundo Sampaio, nos últimos anos o governo retirou de algumas atribuições fiscais funcionários concursados, que foram substituídos por cargos comissionados. Essa situação, avalia o sindicalista, pode interferir na fiscalização, pois tira a impessoalidade da atividade.
Com a paralisação dos auditores fiscais serão afetados os serviços de orientação aos contribuintes sobre Imposto de Renda, o desembaraço de importações e exportações e a arrecadação de impostos federais.