A empresa Norte Energia, responsável pela hidrelétrica de Belo Monte, anunciou que foi suspensa a audiência de conciliação marcada pela Justiça para amanhã com um grupo de manifestantes que invadiu um dos cinco canteiros de obras da usina, na região de Altamira (900 km de Belém).
De acordo com a Norte Energia, os manifestantes descumpriram a determinação de desocupar o canteiro até as 11h de sábado. A desocupação era um pré-requisito determinado pela Justiça para a realização da reunião.
Até o início da tarde de hoje, os cerca de cem manifestantes continuavam no local. Eles dizem que a empresa se negou a atender uma proposta deles para que fossem hospedados nos alojamentos do canteiro de obras até o dia da audiência, o que permitiria a desocupação.
O grupo, composto principalmente por índios, pescadores e ambientalistas, invadiu um trecho do sítio Pimental na última segunda-feira. Com isso, as obras no local foram paralisadas.
A Norte Energia recorreu à Justiça Federal para tentar expulsá-los, mas o juiz mandou as partes negociarem uma retirada pacífica e, por isso, marcou a audiência de conciliação. Caso ela não ocorra, a Justiça deve decidir se concede uma reintegração de posse, expulsando os invasores, ou se insiste na tentativa de negociação.
A empresa tem pressa para retirar os manifestantes do local porque um trecho importante da obra está sendo executado justamente onde eles estão acampados.
Trata-se de uma ensecadeira -espécie de barragem provisória- que vai fechar o rio Xingu para a construção de uma casa de força complementar da hidrelétrica.
Os manifestantes são contra o fechamento do rio e reclamam do descumprimento de condicionantes da obra.
Se a ensecadeira não for feita até dezembro, só poderá ser concluída na metade do ano que vem, porque logo inicia o período chuvoso na região. A hidrelétrica de Belo Monte está prevista para ser concluída em 2019 e será a terceira maior do mundo.
