O papel atual mais forte do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como uma fonte de recursos de crédito farto e barato é transitório, na avaliação do presidente da instituição, Luciano Coutinho. “O BNDES oferta crédito neste momento em que o mercado de capitais está machucado. É importante que o banco sustente este momento com mais oxigenação”, afirmou durante evento realizado na capital paulista para comemorar os 40 anos da revista Veja.
De acordo com ele, as demais formas de financiamento (funding) devem voltar a mostrar vigor nos próximos meses, mas, enquanto isso não ocorre, é preciso uma atuação mais forte por parte do BNDES. “Se o BNDES não financiar, será preciso robustecer a política fiscal”, avaliou, acrescentando que tem conhecimento de que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, está muito dedicado a esta tarefa no momento, com o objetivo de obter um pequeno superávit nominal no futuro.
Investimentos
Coutinho afirmou ainda que há o objetivo de que a instituição continue financiando diversos projetos empresariais no Brasil, para o longo prazo, a fim de propiciar uma expansão “de pelo menos 10% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, uma medida de investimentos) até o final de 2009”.
“Esse é um objetivo que é possível, pois a Formação Bruta de Capital Fixo cresce pelo menos duas vezes a expansão do PIB.” Para tal avaliação, Coutinho se baseia na expectativa de um incremento de 4,5% no Produto Interno Bruto (PIB) do próximo ano.