A interrupção das estradas e da ferrovia rumo ao Porto de Paranaguá, no litoral do Paraná, pode acarretar prejuízos aos produtores de soja. O alerta é claro: se a lentidão no transporte da safra de soja continuar por mais uma semana, os produtores podem ter que começar a pagar multa pela demora no carregamento dos navios. Sem contar as diárias dos caminhoneiros que aguardam às margens da BR-277.
Os armazéns de soja no interior do Estado já estão praticamente lotados e sem condição de exportar parte da safra. Nas regiões oeste e noroeste do Paraná, 45% da safra do total de 14 milhões de grãos previstos para este ano já foram colhidos. O tempo bom no interior tem intensificado a colheita.
Nos próximos dez ou 12 dias, esse percentual vai chegar a 80% do total, com exceção da região centro-sul, onde a soja é plantada semanas mais tarde. Tudo se acumulando, agora, nos armazéns dos produtores. “Os caminhões estão seguindo em ritmo muito lento rumo ao porto, atrapalhando a logística na base da produção. O que está dentro dos armazéns precisa ser transportado”, reforça o engenheiro agrônomo e integrante da gerência técnica-econômica da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Robson Mafioletti.
Com os armazéns lotados, parte da soja já está a céu aberto ou em armazéns provisórios, os chamados silos-bolsa, nos quais se pode deixar até 250 toneladas de grãos por um período determinado.
Por enquanto, como o Porto de Paranaguá ainda tem produto nos silos, a operação do porto não deixou de embarcar grãos. Caso isso aconteça, os produtores podem ter que arcar com uma multa que varia de US$ 20 mil a US$ 50 mil diários pela espera do navio, informa Mafioletti. “Boa parte da safra de soja já foi comercializada e os contratos preveem que o embarque aconteça por Paranaguá”, afirma.
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