A atividade industrial gaúcha fechou o ano de 2014 com queda de 4,4% em relação ao ano anterior, informou nesta quinta-feira, 5, a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). Ao comparar o mês de dezembro com novembro, na série com ajuste sazonal, a retração foi de 2,2%.
Segundo a entidade, a queda do Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), na comparação anual, foi influenciada especialmente pelas perdas nos indicadores de compras (-11,1%), faturamento (-5,7%) e horas trabalhadas (-2,5%). Na contramão, apenas a massa salarial apresentou elevação, de 1,1%, entre as variáveis analisadas.
No que se refere aos setores, de um total de 17 segmentos pesquisados, 11 tiveram decréscimo. As baixas mais expressivas foram de veículos automotores (-10,4%), produtos de metal (-7,6%) e máquinas e equipamentos (-4,8%). Os destaques positivos ficaram por conta de alimentos, com alta de 2,8%, químicos e derivados de petróleo, que registrou avanço de 1,3%, e bebidas, que subiu 6,2%.
De acordo com o presidente da Fiergs, Heitor José Müller, os dados retratam um quadro preocupante para o setor. “As categorias mais intensivas em capital, que ainda mostravam alguma resiliência em períodos anteriores, apresentaram os piores desempenhos ao longo de 2014. Isso decorreu, entre outros motivos, da retirada de estímulos direcionados por parte do governo, pela menor demanda externa, sobretudo da Argentina, e pelo baixo volume de investimento na economia brasileira”, afirmou.
A expectativa da Fiergs para 2015 não é de recuperação do cenário adverso, pelo menos no curto prazo. Conforme Müller, não há vetores que possam influenciar positivamente no crescimento da indústria. “As dificuldades adicionais devem vir, entre diversos motivos, da continuidade do aperto monetário, do aumento de impostos e das tarifas da energia elétrica, aliadas à possibilidade de racionamento.”
