A atividade industrial no Paraná caiu 2,44% em novembro, na comparação com outubro. Foi o que constatou a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), que divulgou ontem o seu levantamento do mês passado.
A queda, porém, foi considerada normal pela entidade, que aponta novembro como o mês que inicia um período de baixo movimento nas indústrias. O penúltimo resultado de 2009 levou, ainda, a uma queda acumulada de 6,69% no ano, em relação com o mesmo período de 2008.
Através de um comunicado da Fiep, o coordenador do Departamento Econômico da Federação, Maurílio Schmitt, afirmou que os números mostram que a indústria do Estado ainda não se recuperou dos efeitos da crise.
Ele fez, ainda, uma projeção que mostra que, para a indústria paranaense igualar o resultado de 2008, seria necessário que atingisse um crescimento de 83,15% em dezembro, algo que considera “inimaginável”, ainda mais considerando-se o histórico do último mês do ano.
Para Schmitt, além dos efeitos da crise, a taxa de câmbio também vem atrapalhando o desempenho da indústria estadual, já que, com o real valorizado, os produtos nacionais perdem competitividade no exterior.
Vendas
Apesar da queda na atividade, as indústrias paranaenses venderam, em novembro, 4,13% a mais que em outubro para outros estados do País. Por outro lado, as exportações tiveram queda de 11,29% e as vendas no Paraná também caíram (4,95%).
Já no acumulado do ano, o crescimento em relação a igual período do ano passado aconteceu apenas nas vendas internas, com 4,52%. Na mesma comparação, outros estados compraram 6,3% menos das indústrias paranaenses e outros países, 22,21% menos.
Segundo a pesquisa, o crescimento nas vendas internas tem influência principalmente do gênero de alimentos e bebidas, que aumentaram 31% no ano. Quase 40% da produção do setor é vendida no Paraná.
No entanto, 15 dos 18 gêneros pesquisados reduziram as vendas em 2009. Apenas edição e impressão (38,82%), artigos de borracha e plásticos (9,67%) e alimentos e bebidas (1,61%) venderam mais.
Em novembro, 11 setores tiveram queda nas vendas, sendo as maiores entre os produtos têxteis (-18,84%), metalúrgica básica (-15,72%) e refino de petróleo e produção de álcool (-13,33%). Já os veículos automotores venderam 25,51% mais em novembro, seguidos do setor de couros e calçados (14,20%) e vestuário (12,23%).