Muitas vezes a frustração profissional está ligada a um detalhe que pode parecer simples, mas não são muitos que o percebem: o autoconhecimento. Segundo profissionais da área de Recursos Humanos, atualmente muita gente quer ter uma carreira de sucesso, mas não sabe como, nem quando, tampouco onde quer chegar. O que pode estar faltando, além de planejamento, é vontade e atitude para ?chegar lá?.
Quando o assunto é fazer carreira, como explica Ruth Bandeira de Almeida, consultora especializada em capital humano, do Grupo De Bernt, o primeiro passo é começar a pensar o quê e como vai fazer. ?O planejamento de carreira é como qualquer outro planejamento, inclusive de vida. É importante para a pessoa ir mensurando se o que ela imaginou para a própria carreira e vida está acontecendo. Para saber aonde está, para onde quer ir e como e quanto tempo vai levar para alcançar?, afirma.
Ainda de acordo com a consultora, o problema é que ?as pessoas não costumam planejar e por isso não sabem por que, por exemplo, estão há tanto tempo na mesma função e não evoluem?. Ela diz que a tendência do ser humano é se acomodar no ambiente que já domina, sendo as mudanças muito difíceis de serem encaradas. Colocar no papel os objetivos é, como indica a consultora, um bom começo. Segundo Ruth, qualquer profissional pode fazer um planejamento de carreira, o importante é ter uma meta definida. ?O mercado gosta de quem tem um foco e sabe o que quer, pois são essas as pessoas que vão, certamente, chegar lá?, orienta.
Como completa Alexander Baer, palestrante e personal marketing coach (treinador de marketing pessoal), o profissional que não tiver rumo está perdido no mercado. ?Já o profissional que pára e desenha um plano de ação tem visão dele como profissional e com certeza atinge os objetivos?, afirma. Ainda segundo Baer, as frustrações acontecem – antes de não ter um plano de carreira – porque as pessoas não sabem o que querem. ?O que acontece sempre é que a pessoa não consegue ter um salário ou um posto legal, e o que ela faz é só reclamar, jogar a culpa na empresa. Ela não se dá conta de que não se preparou para isso, que ela mesma é a responsável por ter sucesso ou fracasso?, afirma o treinador.
Como as empresas têm o planejamento estratégico, também o profissional, individualmente, segundo Baer, precisa ter no papel as metas a serem atingidas.
Atitude
A coordenadora de projetos da área de RH e desenvolvimento da Acta, Sheila Minski, também acredita que hoje há um comodismo muito grande. ?Se tivéssemos um nível maior de competitividade e um número maior de profissionais buscando o comprometimento e autoconhecimento, estaríamos contratando mais?, afirma.
Segundo ela, o planejamento é uma ferramenta poderosa na construção do sucesso, mas não é fácil. ?Não basta apenas colocar no papel, é preciso se comprometer com o propósito?, diz Sheila, completando que os obstáculos não devem ser encarados como fracasso, mas também como parte do crescimento profissional. ?A pior conseqüência da falta de orientação é a justificativa em frente ao tempo: o indivíduo acaba sendo consumido pela rotina?, lamenta.
A dica que Sheila deixa aos profissionais é que, além de desenvolverem planos de carreira, ?tenham atitude pró-ativa de mudança?. ?As empresas não param de contratar, por isso é tão importante buscar a freqüente atualização, informação, formação e o autoconhecimento?, sugere.