O farto crédito disponível no mercado está levando muitos brasileiros a buscar empréstimos com parcelas a perder de vista. A facilidade, porém, tem seu preço: a taxa de juros, que pode variar de 1,6% ao mês, no caso de crédito consignado em folha de pagamento, até 7,58% no cheque especial. A diferença pode não ser tão significativa para alguns, mas salta aos olhos ao final de um ano: entre 21% e 52% no caso do crédito consignado até 140% no cheque especial. No caso do cartão de crédito, os juros são ainda maiores, podendo chegar a 300% ao ano.
Em trabalho conjunto com o Dieese-PR, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região divulgou ontem alguns indicadores financeiros sobre crédito, empregos no setor, juros e inadimplência. ?A idéia é tornar transparente a questão dos juros para o público em geral. Pegar empréstimo é como ir ao supermercado: tem que olhar o preço?, orientou o supervisor técnico do Dieese-PR, Cid Cordeiro.
A boa notícia é que as taxas de juros, apesar de altas, vêm caindo. Conforme dados do Banco Central, os juros anuais do crédito pessoal caíram 11,23% este ano, na comparação com dezembro. No caso do cheque especial, a queda é de 4,80%. A redução, porém, não tem acompanhado a queda da taxa Selic, a taxa básica de juros. ?Quem acaba sendo penalizada com isso é a população?, apontou o secretário-geral do Sindicato dos Bancários, Otávio Dias. Reflexo disso está na inadimplência, que cresceu 1,20% no caso do cheque especial, 0,19% na aquisição de veículos e 1,15% na aquisição de outros bens.
Sobre o número de empregos, o setor financeiro do Paraná registra saldo positivo de 356 vagas de janeiro a outubro, o que representa crescimento de 1,31%. Em nível nacional, são 8.639 novos empregos, com crescimento de 1,97%.