Brasília – Até George Soros, o megainvestidor mais associado à entidade sem rosto chamada mercado, acha que “a equipe de Lula tem excessivo desejo de ganhar a respeitabilidade do mercado financeiro” e, por isso, “segue uma política ortodoxa demais”. Soros, mesmo dizendo que está apenas “superficialmente informado” sobre o Brasil, não hesita em criticar o coração da política econômica: “Tanto a política fiscal como a monetária são restritivas demais”, diz, aludindo ao superávit fiscal de 4,25% acertado com o FMI e aos juros de 16,5%. Soros acha que o governo Lula deveria ser “um pouco mais agressivo no estímulo ao crescimento, aproveitando a disponibilidade de liquidez internacional”. A questão da sobra de dinheiro no mundo, que está levando o capital a buscar mercados emergentes como o Brasil, é mais um problema do que uma solução. Soros diz que, como não há “inflação de custos de produção”, acaba havendo “uma inflação em ativos financeiros”.

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