Carência no mercado

Até 2013, BR precisará de 200 mil profissionais de Tecnologia da Informação

O mercado de mão de obra da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) tem uma demanda de aproximadamente 10 mil profissionais de Tecnologia da Informação (TI), principalmente nas áreas de Análise de Sistemas e Desenvolvimento de Aplicativos. Este levantamento foi realizado em 2010 pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia de Informação do Paraná (Assespro/PR), em parceria com a Regional Sul da Microsoft Brasil.

No país há 100 mil vagas de TI não preenchidas e a estimativa é que vão faltar 200 mil profissionais no mercado nacional até 2013, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia de Informação e Comunicação (Brasscom).

O conceito de tecnologia de informação está em constante mudança. Ele não se restringe à rede de computadores. Atualmente, TI envolve qualquer processo eletrônico ou automatizado de movimentação tecnológica. “Hoje não existe quase nada que não passe pelo processo de TI”, define o presidente da Assespro/PR, Sérgio Yamada.

O diretor da regional Sul da Microsoft Brasil, Adriano Della Coletta, avalia que a demanda de mão de obra de TI se deve ao crescimento do setor nos últimos anos. Segundo ele, o mercado de TI vem crescendo em uma média de 14% a 17% ao ano no País. Na opinião de Colleta, o mercado de TI cresce devido ao consumidor final que cada vez mais procura produtos como games, celulares, computadores e internet, entre outros e, principalmente, devido ao desenvolvimento do País.

“Na verdade, o setor de TI está sendo demandado por outros setores que estão crescendo e têm de acompanhar este ritmo. Quando os outros setores param, o setor de TI para porque ele dá sustentação a outros setores”, diz Yamada. Ele observa que o setor de TI só não cresce mais porque não há profissional o suficiente para preencher o mercado de trabalho. “A capacidade do país de formar pessoas é menor do que a capacidade de gerar negócios em TI”, afirma Yamada.

Formação

O curso de Sistemas de Informação da Escola de Negócios da Universidade Positivo (UP), em Curitiba, é o quarto mais procurado no vestibular e forma 60 profissionais ao ano. Segundo o professor do curso de Administração da universidade, Kassem El Sayed, dos 60 alunos que fazem o curso alguns já trabalham na área e os outros são facilmente absorvidos pelo mercado de trabalho.

“Antigamente, quem procurava o curso eram pessoas que apostavam no negócio. Mas, com a crescente demanda no mercado de TI, aumentou também a procura pelo curso que passou a ser uma grande oportunidade de colocação no mercado de trabalho”, afirma El Sayed.

A Universidade Positivo vem reforçando parecerias para direcionar os profissionais com o perfil mais desenhado para o mercado. Foi com esse objetivo que lançou recentemente o MBA Executivo em Gestão da Tecnologia da Informação em parceria com a Regional Sul da Microsoft Brasil para o aperfeiçoamento de profissionais que já atuam em empresas e têm necessidade de aperfeiçoamento na área para aplicação de novas tecnologias no trabalho.

A Microsoft Brasil também investe em educação. Somente no ano passado, a empresa capacitou 59,8 mil alunos e educadores do ensino público e formou 2,8 milhões de jovens e adultos para o mercado de trabalho.

Negócios

De acordo com Della Colleta, a demanda atualmente por profissionais de TI não é somente na área operacional (analista de desenvolvimento, analista de infraestrutura, analista de telecomunicações, desenvolvedores, entre outros), mas também na área executiva. “Existe uma demanda muito grande em postos executivos nas empresas que seria o diretor ou gerente de tecnologia de informação, o CIO – Chief Information Officer”, observa Della Colleta.

Segundo ele, esses profissionais estão sendo cobrados pela empresa para que falem uma linguagem mais executiva do que técnica relacionada à proposição de soluções de negócios e técnicas.

Yamada ressalta também que o profissional atualmente, além de entender de TI, tem que compreender sobre negócios. “Como nós atendemos praticamente todos os segmentos da economia, temos que entender sobre os negócios da empresa. Precisamos de dupla competência. Essa dupla competência dificulta encontrar essa mão de obra no setor de TI”, conclui.

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