Na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na manhã desta terça-feira, 6, o colegiado voltou a afirmar que “o conjunto dos indicadores divulgados desde a última reunião do Copom sugere atividade econômica aquém do esperado no curto prazo”. A frase já constava no documento anterior, referente à reunião de outubro.

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“Houve reduções nas projeções para o PIB em 2016 e 2017 e interrupção no processo de recuperação dos componentes de expectativas de índices de confiança”, citou o documento. “Após ter interrompido uma longa sequência de quedas no segundo trimestre, a medida de investimento nas contas nacionais voltou a recuar no terceiro trimestre.”

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O Copom destacou ainda que a economia brasileira segue operando com alto nível de ociosidade dos fatores de produção, “refletido nos baixos índices de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego”.

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Para o colegiado, após os indicadores de atividade terem recuado em agosto, “a ausência de uma reversão nos meses seguintes torna menos provável o cenário em que esses movimentos refletiriam oscilações naturais da atividade econômica em torno de momentos de estabilização”. Segundo o Copom, isso aumenta a probabilidade de que a retomada da atividade seja “mais demorada e gradual que a antecipada previamente”.

Os diretores do Banco Central destacaram ainda o fato de que, recentemente, a inflação mostrou-se mais favorável que o esperado, “em parte em decorrência da reversão da alta de preços de alimentos, mas também com sinais de desinflação mais difundida”.

A reversão da alta dos preços dos alimentos e os sinais de desinflação mais difundida contribuíram, conforme a ata, para um recuo das expectativas apuradas pela pesquisa Focus para a inflação em 2016, para em torno de 6,7%. “As expectativas de inflação apuradas pela mesma pesquisa para 2017 recuaram para em torno de 4,9% e as expectativas para 2018 e horizontes mais distantes permanecem em torno de 4,5%”, citou a ata.

O documento repetiu ainda que “no âmbito externo, o cenário apresenta-se especialmente incerto”. Esta avaliação já constava no comunicado que acompanhou a decisão de política monetária da semana passada, quando a Selic foi reduzida de 14,00% para 13,75% ao ano.

“O aumento da volatilidade dos preços de ativos indica o possível fim do interregno benigno para economias emergentes”, registrou a ata. “Há elevada probabilidade de retomada do processo de normalização das condições monetárias nos EUA no curto prazo, bem como incertezas quanto ao rumo de sua política econômica.”