O Banco Central (BC) reconhece que o ritmo de recuperação da economia brasileira deve ser mais gradual que o previsto antes da greve dos caminhoneiros. No parágrafo 20 da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira, 26, os diretores do BC dizem que o chamado cenário básico – aquele considerado mais provável pelo Copom – “contempla continuidade do processo de recuperação da economia brasileira, embora em ritmo mais gradual que o estimado antes da referida paralisação”.

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Ainda sobre a paralisação que atrapalhou a atividade econômica em todo o Brasil, os diretores do BC dizem em outro trecho do documento que os dados referentes ao mês de abril “sugerem atividade mais consistente que nos meses anteriores”. A paralisação em maio, porém, “dificulta a leitura da evolução recente da atividade econômica”, reconhecem os diretores no parágrafo 11.

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Para os membros do BC, os números sobre a atividade “referentes a maio e, possivelmente, junho deverão refletir os efeitos da referida paralisação”. “A evolução da economia ao longo dos meses de julho e agosto deve indicar com mais clareza o ritmo da recuperação, que poderá se mostrar mais ou menos intensa”, dizem os diretores do BC.

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Inflação

Os diretores do Banco Central acreditam que a pressão inflacionária considerada “significativa” gerada pela greve dos caminhoneiros será temporária. A avaliação consta no parágrafo 13 da ata. Nesse trecho, o documento diz que o cenário mais provável considerado pelo BC “antecipa que esses efeitos devem ser temporários, constituindo ajuste de preços relativos aos referidos choques”.

No mesmo parágrafo, o documento diz que os diretores do BC concordaram “que, no curto prazo, a inflação deverá refletir os efeitos altistas significativos da paralisação no setor de transporte de cargas e de outros ajustes de preços relativos”.

Ainda sobre a economia doméstica, o Copom repetiu o discurso que defende a continuidade do processo de reformas da economia brasileira. Para os diretores do BC, essa agenda “é essencial para a manutenção da inflação baixa no médio e longo prazos, para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia”.